Vai ou não vai?
Candidato à reeleição, o prefeito Anderson Farias (PSD) é dúvida no debate da TV Band Vale neste segundo turno da eleição em São José dos Campos, em que tem como rival Eduardo Cury (PL), seu antigo aliado e hoje rival. O embate está programado para o próximo dia 16. Na reunião realizada na emissora, na terça-feira, a campanha de Anderson não assinou as regras do debate, diferentemente do grupo de Cury.

Sergio Francisco Theodoro, coordenador da campanha do PSD, foi quem representou a campanha do atual prefeito, que recebeu 39,66% dos votos válidos no primeiro turno -- contra 25,96%, de Cury. Segundo apuração de OVALE, um dos pontos criticados pelo PSD é o formato do debate com "banco de tempo", em que cada candidato administrará e usará o tempo como quiser.

A expectativa, caso Anderson não compareça, é que a emissora use o horário para fazer uma entrevista com Cury. Vale lembrar que, em 21 de agosto, no debate da Band no primeiro turno, Cury não foi -- e foi representado por um púlpito vazio. À época, pelas pesquisas anteriores, o candidato do PL é quem liderava a corrida ao Paço e, ao não participar, mostrou a estratégia (equivocada) de evitar embates.

Ainda durante o debate, à 0h01 do dia 22 de agosto, OVALE divulgou pesquisa inédita e provocou reboliço nos bastidores e mostrando, pela primeira vez, empate técnico entre Cury e Anderson, com o derretimento da vantagem do candidato do PL. Nesta campanha marcada por reviravoltas, caro leitor, ficou comprovado que tentar administrar vantagens tem sido um tiro no pé.

Agora, após vencer o primeiro tempo da disputa, com 13,7 pontos percentuais à frente do adversário, Anderson dá sinais de que vai evitar debates. Nos bastidores, comenta-se que a expectativa é que o candidato à reeleição vá apenas à Vanguarda, no debate na semana final de campanha. A estratégia é evitar desgastes, embates que possam favorecer o adversário, que já usou o mesmo expediente.

Se o tracking interno mostrar ampla vantagem, a estratégia, hoje, é participar o mínimo possível. Como ouvi de um jornalista amigo, se ele estiver com 20 pontos de distância, "não passa nem pela rotatória". Cury, por outro lado, que terminou o primeiro turno atrás do "placar", quer mais é debater -- diferentemente do que fez no início da campanha, quando estava à frente.

Do ponto de vista democrático, é uma pena, assim como foi lamentável a ausência de Cury no primeiro debate. 
Em uma campanha, até aqui, pouco propositiva, o eleitor espera poder ouvir os candidatos, frente a frente, sem medo, debatendo o futuro de São José.