"Última edição do Guinness Book, corações a mais de mil e eu com esses números.
Cinco extinções em massa, 400 humanidades e eu com esses números. Solidão a dois, divina externa, anos luz.
Aos 33, Jesus na cruz, Cabral no mar aos 33, e eu, o que faço com esses números? Eu, o que faço com esses números?"
Composta por Humberto Gessinger, no álbum 10 mil destinos, da banda Engenheiros do Hawaii, a música 'Números' dá o tom deste momento na campanha à prefeitura de São José dos Campos. E os candidatos, a quem o eleitor confiará o seu voto e 724.756 destinos joseenses, o que fazem com esses números?
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Eu explico. A semana terá duas pesquisas sobre a corrida ao Paço Municipal, sendo a primeira delas do Ipec, prevista para ser divulgada pela TV Vanguarda nesta próxima terça-feira (17), e a segunda do instituto Real Time Big Data, ligado à Record, programada para quinta-feira (19). Ambas estão registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em uma campanha curta, de 45 dias, as pesquisas são especialmente aguardadas pelos candidatos. Exemplo maior do impacto das pesquisas, o levantamento feito por OVALE, publicado em 22 de agosto, redefiniu as estratégias e tem reflexos até os dias de hoje. Menos de uma semana depois, ainda em agosto, o Ipec confirmou o cenário de empate técnico revelado por OVALE (leia aqui).
Os novos levantamentos trarão um retrato da campanha após o início a campanha de rádio e televisão, que começou em 30 de agosto.
Não á toa, a campanha de Eduardo Cury (PL) tem mantido artilharia pesada contra o antigo aliado e hoje rival Anderson Farias (PSD), que busca a reeleição e tem sido acusado de 'traidor' e 'caloteiro', que estaria colocando as finanças do município em risco, ameaçando o futuro da cidade. A campanha de Anderson vê nos ataques uma estratégia para Cury aparecer "bem na foto".
Fato é, o tema finanças "sequestrou" a pauta eleitoral na cidade nas duas últimas semanas, apesar do grupo de Cury ainda tratar o tema de forma hermética, falando para o andar de cima do eleitorado e não para o andar de baixo, onde estão os segmentos mais numerosos do eleitorado.
De outro lado, Anderson tem buscado novos motes de campanha, principalmente após ver ruir os apoios com que sonhava, como Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em busca da reeleição, o candidato do PSD se aproximou do controverso Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, lançou um podcast com o vice-governador Felicio Ramuth (PSD) e intensificou a participação da família na TV e nas redes sociais. Além disso, Anderson tem buscado blindar os ataques de Cury, tentando rotular o oponente, amigo de outrora, como mentiroso.
As pesquisas também vão mostrar outros dados interessantes, como a briga na segunda fila.
Os candidatos Wagner Balieiro (PT) e Dr. Elton (União) apareceram em empate técnico nas últimas pesquisas, de agosto. A tendência, com 10,9% do eleitorado afirmando ser de esquerda, é que Wagner preserve esse patamar de votos, marcando a posição do partido do presidente Lula na disputa em São José. Se Dr. Elton tiver perdido fôlego, isso pode favorecer Cury. O candidato do União, inclusive, intensificou as críticas a Anderson.
A lista de candidatos é completada por Toninho Ferreira (PSTU) e Prof. Wilson Cabral (PDT).
A partir das pesquisas, novas estratégias virão. E aguarde, os números mais esperados, das pesquisas de OVALE, ainda vão mexer (e muito) com o tabuleiro eleitoral de São José. E você, (e)leitor, já decidiu que número vai digitar nas urnas?
