
A polícia prendeu nesta segunda-feira (19), na zona norte de São José dos Campos, uma mulher trans de 31 anos envolvida na morte brutal de Danielle Regina de Moraes Souza, 31 anos.
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Danielle teve o corpo completamente queimado juntamente com um homem de 36 anos, que teve queimaduras em 80% do corpo. Ele sobreviveu ao atentado. Danielle morreu no hospital em razão das queimaduras. A Delegacia de Homicídios de São José investigou o caso.
Os dois foram queimados num lugar chamado “cativeiro”, um pequeno cômodo com grades situado nos fundos de um ferro velho, na zona sul de São José. O lugar é ponto onde usuários escolhem para usar drogas, pernoitar ou fazer sexo.
Segundo a polícia, ambos foram atacados por ciúmes. A mulher trans tinha ciúmes do homem que estava com Danielle e um ex-namorado dela nutria o mesmo sentimento com relação à vítima.
O ex-namorado de Danielle, de 34 anos, já havia sido preso pela Polícia Civil pelo crime. Ele era o principal suspeito de tê-la queimado, juntamente com o atual companheiro dela.
Desdobramentos da investigação, contudo, revelaram a participação da mulher trans na trama sombria que deu cabo de Danielle.
“Foram dois os investigados: o homem por ciúmes da mulher e a mulher trans por ciúmes do homem, todos moradores em situação de rua. Os dois investigados estão presos”, informou a Polícia Civil.
Danielle e o atual namorado viviam em situação de rua e consumiam drogas, segundo testemunhas. Eles mantinham um relacionamento de pouco tempo quando foram atacados pelo ex-namorado de Danielle e a mulher trans, ambos presos.
Vida nas ruas.
Em depoimento à polícia, a mãe de Danielle relatou que a filha era usuária de drogas desde que tinha entre 17 anos. Nos últimos quatro anos, ela passou a utilizar crack e começou a viver em situação de rua por conta do vício, voltando para casa a cada 15 ou 20 dias.
Ela chegou a se casar com um homem e teve a primeira filha, hoje com 17 anos. A menina está grávida e Danielle morreu sem conhecer o neto. O casamento dela durou cerca de três anos. Segundo a mãe, ela teve mais dois filhos com pais diferentes. Os três filhos têm 17, 12 e 7 anos.
No Natal do ano passado, Danielle visitou a mãe acompanhada de um homem que apresentou como namorado. Uma amiga contou à polícia que Danielle chegou a morar junto com esse namorado, numa casa no bairro Dom Pedro 2º, mas o caso não durou muito e Danielle voltou às ruas.
Foi então que, em 2 de junho, a mãe soube através de conhecidos que sua filha estava internada no pronto-socorro do Hospital Municipal, na Vila Industrial, com o corpo queimado e sem qualquer documento. Ela reconheceu Danielle e soube que outro homem havia sido internado com a filha, também queimado.
Na madrugada de 15 de junho, a mãe recebeu uma ligação do hospital informando sobre o falecimento de Danielle, que foi enterrada no cemitério municipal Colônia Paraíso, em São José.
Investigação.
Ao receber a notícia, a mãe de Danielle passou a rodar a zona sul da cidade para levantar informações sobre a morte da filha. Ela contou aos policiais que o responsável pelas queimaduras e posterior morte da filha seria seu ex-namorado. A atitude “fria e egoísta” dele seria por “simplesmente não aceitar o fim do relacionamento”.
De acordo com o relato policial, o suspeito foi reconhecido por foto como sendo o autor da morte de Danielle e também a pessoa que começou a namorá-la no final de 2023.
Agora, em novo capítulo dessa trama macabra, a polícia descobriu a participação de uma mulher trans como coautora do homicídio, por ciúmes do ex-namorado.