PROBLEMA SÉRIO

Casa de prostituição em São José funciona mesmo após denúncias

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Da redação
Leandro Vaz
Casa continua com prostíbulo em São José
Casa continua com prostíbulo em São José

Quarenta dias após uma operação da Polícia Civil que levou garotas de programa para delegacia, em uma casa de prostituição, os moradores do Jardim Portugal, zona sul de São José dos Campos, continuam sofrendo com o problema. Em depoimento a OVALE, uma vizinha que mora no local há dois anos, convive com a situação que piora a cada dia. “Aqui temos sofrido com isso há muito tempo. Nós vivemos momento de desespero. É difícil, finais de semana, é difícil sair para trabalhar. Dá 3h30, 4h30, tem vagabundo que fica na porta da casa e rodeando nossas casas. Eles vêm pro portão da gente e fica. A gente sai para trabalhar e eles vem atrás da gente. Tem cara que veio atrás de mim, já foi atrás da minha filha. É terrível o que a gente vive aqui. Já pedimos apoio para todos os lados”, disse uma moradora que pediu para não se identificar.

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A reportagem esteve do dia 22 de junho na praça José Benedito Monteiro, que fica em frente à casa de esquina que abriga o prostíbulo. O movimento era intenso de homens que entravam no imóvel.

Na operação da Polícia Civil, em 20 de junho, comandada pelo 7º DP, foram identificados pelo menos três clientes no interior da casa. Havia várias mulheres, que acabaram levadas para a delegacia. A dona do ponto, também foi encaminhada. A ação só possível após uma ampla investigação dos agentes policiais, que teve participação importante da 2ª Cia da Polícia Militar. A operação levou em conta a denúncia de tráfico de drogas. No interior da casa, além dos homens e das mulheres, a Polícia Civil encontrou camas, produtos como bebidas, cardápios com preços, chocolates, balas, preservativos e lubrificantes. Dois casais foram pegos no ato sexual.

Sem solução alguma, os moradores nos últimos meses criaram um grupo no WhatsApp que conta com mais de 300 integrantes. O local virou ponto de reclamações constantes de todos. “A Polícia conseguiu constatar que o local facilita a prostituição. Tem droga, bebida, por aí vai”, disse a moradora. A Polícia Militar também tem feito o trabalho de patrulha no local. “Eles já levaram inúmeras motos, carros, depois deles perturbarem”, disse a moradora.

“Elas (as garotas de programa) tentaram já agredir a filha de uma vizinha”, disse a mulher.

Nos últimos 40 dias, após a ação policial, a frequência de “clientes” caiu no começo. Mas voltou a ficar intensa, principalmente nos finais de semana. “A Prefeitura é um descaso total. Cadê a Prefeitura? Uma vez a fiscalização veio À casa, e falaram que elas têm alvará, que é uma casa de massagem”, disse a vizinha indignada.

“Tem vizinhos que tiveram que fazer muro alto porque elas ficam peladas na varanda. Você não tem saúde, não tem sossego, um filho que não pode usar uma quadra. Um monte de cara estranho que fica em frente a casa. É isso que a gente passa aqui. É tudo muito difícil”, afirma a moradora.

Para tentar desvincular as casas vizinhas do prostíbulo, a vizinhança resolveu adotar placas nos portões com título “Ambiente Familiar”.

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