CONTRAVENÇÃO

Divulgar e jogar o Tigrinho é contravenção e pode dar cadeia

Por Leandro Vaz | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Da redação
Reprodução
Jogo do Tigrinho
Jogo do Tigrinho

A operação ‘Ludus’, que causou reboliço em São José dos Campos ao trazer à tona vida de luxo de uma influencer, deve ter desdobramentos nas investigações. A ação da Polícia Civil foi deflagrada para combater crimes contra a economia popular, contra os consumidores e a exploração de jogos de azar, como rifas e o "Jogo do Tigrinho". Na cidade, a influencer Larissa Rozendo, 20 anos, foi o alvo. Em suas redes, ela posta fotos com carros de luxo, viagens ao exterior e poses no estilo "ostentação", andando de jet ski ou com peças de roupa caras.

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Apesar de não ser crime, a divulgação sobre o próprio jogo é considerada contravenção penal. “Divulgação e jogar não é crime. Trata-se de contravenção penal. É uma modalidade menos grave de infração penal, que pode ser punida inclusive com pena privativa de liberdade”, explicou a advogada criminalista Tainara Arantes.

De acordo com a Polícia Civil, Larissa “obteve vultuosas quantias em dinheiro e alcançou ascensão patrimonial meteórica” por causa da divulgação dos jogos, inclusive o ‘Tigrinho’. A influencer mostrava nas redes sociais a ostentação do que o jogo era capaz de proporcionar. Vídeos da sua nova casa, carros avaliados em R$ 400 mil, a compra de uma moto aquática com a postagem de um pix de R$ 149 mil foram estopim para investigação que devassou a vida de garota.

“Em conformidade com a lei das contravenções penais, jogos que o individuo dependa exclusivamente da sorte para ganhar, são proibidos no Brasil. Não se restringe apenas o “Jogo do Tigrinho”, disse a advogada.

Para Tainara Arantes, mesmo quem “apenas” divulga o jogo está se enquadrando na lei da contravenção. “Tanto os influencers que divulgam as plataformas, quanto quem joga é considerado contraventores. E podem ser condenados a multa ou a prisão”, disse.

“Larissa Rozendo não possui atividade laboral lícita, todo seu dinheiro é proveniente das fraudes, análise prematura, contudo, o padrão de ostentação apresentado em suas redes sociais como compra de veículos importados, compra de mansão em condomínio, viagens paradisíacas e roupas de grife são incondizentes para quem não exerce atividade laboral”, afirma a Polícia Civil.

“Eu estou muito bem, graças a Deus. Vim falar um pouquinho com vocês, referente a tudo que está acontecendo. Quero agradecer a todo mundo, que está me mandando mensagem. Está todo mundo perdido aí. Eu estou bem, não estou presa. Eu não sei de onde as pessoas tiram essas coisas. Juro, que doideira. Quem me acompanhava, já conhece o cenário, estou na minha casa, aqui meu closet, então é isso”, disse a jovem e vídeos no stories do Instagram que foram apagados horas depois.

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