DRAMA NO SUL

Abrigo de órfãos reúne 100 crianças que perderam pais na enchente

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / Guilherme Osnan
Crianças em abrigo de Canoas
Crianças em abrigo de Canoas

Cerca de 100 crianças perderam seus pais na tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul e estão em um abrigo em Canoas, cidade mais populosa da Região Metropolitana de Porto Alegre, a capital do estado.

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O local atende cerca de 7.000 pessoas que perderam suas casas em Canoas. Há em torno de 450 crianças desabrigadas, sendo que uma centena delas teria perdido os pais. A estimativa é de secretarias municipais de Canoas, como a da Saúde e a da Assistência Social. A cidade de quase 350 mil habitantes tem mais de 80 abrigos para as vitimas das cheias.

O drama desses pequenos órfãos foi acompanhado por um grupo de voluntários de São José dos Campos que está no Sul do país para ajudar no atendimento às vítimas das enchentes. Eles acompanharam 20 carretas que levaram mantimentos doados de São José para cidades do estado.

“É doloroso ver essas crianças órfãs. Há crianças que perderam tudo”, disse o empresário Guilherme Osnan, um dos joseenses que está no Rio Grande do Sul.

Ele e outros três voluntários chegaram ao estado na última terça-feira (14), para ajudar a distribuir a carga de mantimentos recolhida em São José. Segundo ele, cerca de 1.400 pessoas se mobilizaram para dar conta da coleta, preparo e carregamento das doações.

DEVASTAÇÃO

Assustado com a devastação causada pelas enchentes, Osnam contou que as cidades padecem de organização suficiente para dar conta das múltiplas demandas e da chegada de donativos.

“Um exemplo é que tem cidade com comida para distribuir, mas que não tem embalagem para colocar os alimentos, do tipo marmitex. Essa parte de organização é fundamental”, afirmou o empresário.

Ele esteve em cidades como Canoas, São Leopoldo e municípios ao redor, como Arroio do Meio, distante 120 km da de Canoas. Nesta sexta-feira (17), Osnan está em Caxias do Sul para um encontro com a Cruz Vermelha.

“Eu fui para mais longe e há cidades que não recebem ajuda nenhuma, com milhares de desabrigados, porque a carreta não chega. Alugamos quatro camionetes e enchemos de alimento para levas nessas cidades”, disse o joseense.

“A pior sensação é que não é uma cidade, mas são várias. Há municípios distantes três horas de estrada, cuja logística é bastante complicada. O que mais me assusta é a quantidade de cidades atingidas. Fui a Arroio do Meio e parece que a cidade sumiu. É assustador.”

Balanço da Defesa Civil do estado, divulgado na manhã desta sexta-feira (17), apontava em 154 o número de mortos nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, com 98 pessoas desaparecidas.

CAMPANHA

Após a mobilização por mantimentos e água que levou 20 carretas de donativos para o Sul, voluntários de São José dos Campos lançaram uma campanha para arrecadar roupas infantis, tablets e brinquedos. Trata-se do movimento ‘Onda do Bem’ pelo Rio Grande do Sul.

“Infelizmente, há milhares de crianças nos abrigos. Elas estão assustadas, longe das suas casas, muitas perderam seu animalzinho. A maioria sem um único brinquedinho para tornar esse sofrimento mais leve, se é que é possível”, disse Osnan.

O ponto de entrega para quem quiser doar é na rua Joaquim B. Carvalho, nº 10, na Vila Betânia, região central de São José dos Campos (antigo Pátio Eventos). A previsão dos organizadores é que a carga seja transportada na próxima sexta-feira (24).

Campanha de arrecadação de roupas e brinquedos
Campanha de arrecadação de roupas e brinquedos

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