ADEUS, ANDRÉ

‘Nos teus braços quero acordar': André Xavier tatuou frase de Chorão quando pai morreu

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / Facebook
André vinha lutando com crises relacionadas à saúde desde fevereiro
André vinha lutando com crises relacionadas à saúde desde fevereiro

Uma ligação amorosa e fraterna.

O professor e barbeiro André Felipe Xavier de Oliveira, 37 anos, que morreu na última quarta-feira (1º), em São José dos Campos, tinha uma relação especial com o pai, um relacionamento amoroso e fraterno. “Ele sempre foi um eterno fã de seu falecido pai”, contou o irmão, o advogado Túlio Xavier.

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Quando o pai de ambos morreu, em 2005, André tatuou uma frase do cantor Chorão, da banda Charlie Brown Jr., em sua homenagem ao pai: “Nos meus braços você se foi. Nos teus braços eu quero acordar”.

Não era uma profecia, mas quase 20 anos depois a frase consola os parentes que ficaram após as duas perdas. Eles têm fé que pai e filho agora estão juntos na transcendência.

“Na música o cantor homenageava seu próprio pai e foi de encontro ao que ele sempre sentiu, até seus últimos dias. A admiração e saudade de seu pai sempre foi assunto nas suas conversas, mesmo em seus últimos dias no hospital”, disse Xavier.

PROBLEMAS DE SAÚDE

André vinha lutando com problemas de saúde desde fevereiro e morreu enquanto estava internado no Hospital Municipal de São José, na Vila Industrial. Ele tivera crises relacionadas a pedras na vesícula que evoluíram para o pâncreas e depois para uma infecção.

Após idas e vindas do hospital, ele voltou para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 29 de abril para realizar uma necrosectomia pancreática (tratamento cirúrgico para a necrose infectada).

A cirurgia foi feita no dia 30 de abril. A família o visitou e ele estava sedado e entubado. No dia 1º de maio, os familiares receberam uma ligação para comparecer ao hospital com documentos de identificação de André, que tinha evoluído com choque refratário e tivera três paradas cardíacas ao longo da noite. Ele teve falência múltipla dos órgãos e choque irreversível. A declaração de óbito diz que ele morreu em decorrência de choque séptico, necrosectomia pancreática e pancreatite aguda biliar.

Segundo o irmão, em nenhum momento André desistiu de lutar por sua vida. “Ele tinha muitos planos quando saísse do hospital, mas sei que em seu coração ele tinha esperança de encontrar novamente seu pai caso o pior acontecesse”.

“Acho que é isso. Nunca vou conseguir fazer jus ao filho e irmão que ele foi e sempre será em nossas memórias. Mesmo com suas peculiaridades e defeitos é esse grande homem que ficará na memória de todos que o conheceram. Apaixonado pelos amigos, por sua mãe e sua sobrinha Marina”, afirmou Xavier.

HOMENAGENS

O corpo de André foi enterrado na manhã de quinta-feira (2), no Cemitério Colônia Paraíso (Morumbi), em São José dos Campos. Ele deixa mãe e irmão, além de centenas de amigos.

“Por onde passou ele fez grandes amigos e deixou grande saudade, seu enterro foi digno de seu carisma: lotado de familiares e amigos chegando a fazer uma enorme fileira de carros em seu cortejo”, contou o advogado.

“Nas redes sociais, fomos surpreendidos com centenas de mensagens e publicações, inclusive em páginas da cidade e de influenciadores da região. Ele, de certa forma, sempre teve uma ‘veia’ para se tornar um grande influenciador, e eu sempre lhe falei disso e incentivava a investir seu tempo e carisma.”

Xavier completou: “Mas, em sua humildade, nunca vislumbrou o quanto realmente ele impactava as vidas a seu redor, segundo palavras dele mesmo suas postagens eram apenas uma expressão daquilo que gostava de fazer”.

O irmão conta que André tinha um “jeito irreverente” e com seu carisma “fazia piadas mesmo com as situações ruins do dia a dia”. Ele admite que a família não tinha noção da dimensão das pessoas que ele alcançava com suas postagens.

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