Os últimos meses de vida do professor e barbeiro André Felipe Xavier de Oliveira, 37 anos, foram de sofrimento, dor e uma luta duríssima pela sobrevivência, peregrinando por leitos hospitalares em São José dos Campos.
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André morreu aos 37 anos, nesta quarta-feira (1º), no Hospital Municipal de São José, na Vila Industrial. Ele vinha lutando com crises relacionadas a pedras na vesícula desde fevereiro, que evoluíram para pedra no pâncreas e depois para uma infecção. A declaração de óbito diz que ele morreu em decorrência de choque séptico, necrosectomia pancreática e pancreatite aguda biliar.
“O André sempre foi trabalhador e batalhador por essência, curiosamente faleceu no feriado do dia do trabalho”, disse o irmão, o advogado Túlio Xavier.
André era barbeiro profissional e professor do curso de barbeiros em escola de São José dos Campos, mas vinha trabalhando atualmente, em tempo integral, como vistoriador de imóveis.
LUTA PELA VIDA
Segundo a família, ele vinha tendo crises decorrentes de pedras na vesícula desde fevereiro. Inicialmente, foi diagnosticado como sendo uma pangastrite, uma inflamação que acomete as regiões do estômago.
Na busca por cessar episódios de dor aguda, o professor realizou exames de imagem e descobriu, além da pangastrite, a existência de várias pedras na vesícula.
Ele procurou atendimento médico por diversas vezes no Hospital Municipal durante episódios de crise, informou a família, sendo medicado contra dores e encaminhado para casa, para ser oportunamente agendada uma colecistectomia (remoção da vesícula biliar).
“Retornou algumas vezes em crise e ficou entrando e saindo da internação, sendo apenas medicado para as dores”, contou o irmão.
COMPLICAÇÕES
Em uma das crises agudas, foi constatado que uma pedra tinha se deslocado para o pâncreas, culminando em uma pancreatite biliar aguda. André foi novamente internado em 23 de março e aguardou a cirurgia até o dia 27. Segundo a família, a operação foi adiada em razão de um “cano estourado” no centro cirúrgico.
Retornou no dia 1º de abril com quadro de febre alta e dores constantes. Foi internado com diagnóstico de colecistite (inflamação da vesícula biliar) complicada e foi iniciado tratamento com antibióticos. Recebeu alta em 11 de abril e voltou ao hospital no dia 15.
“Infelizmente, quando retornou, não tinham sido feitos os exames necessários e durante a videolaparoscopia foi constatada a evolução da pancreatite para um quadro de infecção grave no pâncreas, o que impediu a colecistectomia”, disse Xavier.
UTI
André permaneceu internado e começou a ter complicações, sendo encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 22 de abril até o dia 25, quando foi transferido para a enfermaria.
Ele começou a ter problemas para respirar e a piora no quadro de infecção evoluiu para um protocolo de sepse. André voltou para a UTI em 29 de abril para uma necrosectomia pancreática (tratamento cirúrgico para a necrose infectada)
A cirurgia foi feita no dia 30 de abril. A família o visitou e ele estava sedado e entubado. No dia 1º de maio, os familiares receberam uma ligação para comparecer ao hospital com documentos de identificação de André, que tinha evoluído com choque refratário após a cirurgia, com três paradas cardíacas ao longo da noite. Ele teve falência múltipla dos órgãos e choque irreversível.
André morreu no hospital. A declaração de óbito indicou choque séptico, necrosectomia pancreática e pancreatite aguda biliar.
LEMBRANÇAS
Segundo Xavier, é difícil descrever o irmão por “faltarem adjetivos”. “Ele era um grande sonhador, apaixonado por motos e vídeo games. Um cara forte e convicto de suas opiniões, sempre sorridente e intenso a todo momento”, afirmou o advogado.
Que completou: “Por onde passou fez grandes amigos e deixou grande saudade, seu enterro foi digno de seu carisma, lotado de familiares e amigos chegando a fazer uma enorme fileira de carros em seu cortejo estendendo pelo Anel Viário inteiro e cruzando a cidade da Urbam até o Jardim Morumbi”.
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