PRESIDENTE NO VALE

No Vale, Lula defende indústria de defesa para 'construir a paz' e 'não fazer guerra'

Durante visita ao ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e à Embraer, o chefe do Poder Executivo afirmou que, ao fortalecer a defesa, o país vai ajudar na construção da paz

Por Xandu Alves | 26/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos

Ricardo Stuckert/Presidência

Lula durante discurso em São José dos Campos
Lula durante discurso em São José dos Campos

Em visita a São José dos Campos, o presidente Lula (PT) defendeu na tarde desta sexta-feira (26) investimentos para desenvolver a indústria de defesa brasileira, que tem como núcleo central o Vale do Paraíba. Durante visita ao ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e à Embraer, o chefe do Poder Executivo afirmou que, ao fortalecer a defesa, o país vai ajudar na construção da paz.

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"Nós precisamos ter uma indústria de defesa muito forte, para que a gente não fique dependente de ninguém. Um país do tamanho do Brasil não pode ficar dependendo de tecnologia de países inferiores ao Brasil (...) Nós temos que criar tudo o que for possível criar, para que ao invés de ficar dependente, os outros fiquem dependentes de nós. Temos condições de ser uma grande nação na área da defesa, para construir a paz, não para fazer guerra", afirmou Lula.

O presidente citou o exemplo do marechal do ar Casimiro Montenegro Filho (1904-2000), criador do ITA e do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), de São José, embriões do surgimento da Embraer no fim dos anos 1960. Hoje a empresa é a terceira maior fabricante de aviões do mundo. Lula afirmou que é preciso "sonhar grande".

"Como disse o [Casimiro] Montenegro, quem sonha pequeno nem lembra do sonho quando acorda. Se você levanta todo dia e não lembra do que sonhou é porque você sonha pequeno. E  em um país deste tamanho aqui, é preciso que todos nós tenhamos a capacidade de sonhar grande e levantemos de manhã com a disposição de transformar aquele sonho em realidade. Porque o Brasil não nasceu para ser pequeno", afirmou o presidente.

CIÊNCIA.

De acordo com ele, é preciso investir em pesquisa e ciência, na formação de mais mão de obra qualificada, como cientistas, engenheiros, matemáticos e profissionais de outros setores, capazes de desenvolver o setor industrial.

"Nós precisamos acreditar que o Brasil não tem limite. Não tem povo mais inteligente que o nosso, pode ter igual. Não tem povo melhor que o nosso, pode ter igual. Mas poucos países tem o tamanho e a riqueze mineral que o Brasil tem para se proteger. Portanto, além de proteger o povo, a fronteira aérea e marítima, nós temos que conquistar espaço no mundo da indústria da defesa. E esse é o papel de um país que tem um ITA, esse é o papel de um país que foi capaz de criar uma Embraer, esse é o papel de um país que tem a capacidade de ser o terceiro maior produtor de aviões do mundo"

Lula afirmou que o Brasil precisa investir na indústria de defesa para não ser "vulnerável" ou "frágil". "Mais do que isso, o Brasil é um país que tem muitos vizinhos, tem 16.800 km de fronteiras secas, mais 8.500 km de fronteiras marítimas e mais um espaço marítimo de 5,7 milhões de km que nós temos que tomar conta. Olha, tudo isso exige que a gente tenha um pouco de responsabilidade na construção de uma indústria de defesa muito forte. Uma indústria de defesa é para a gente evitar guerra, não é para a gente fazer guerra", afirmou.

Durante o discurso, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula destacou que o Brasil estava sendo tratado como um "pária" internacional.

"O dado concreto é que, muitas vezes por falta de informação, o povo brasileiro não recebe as informações corretas da dimensão e da responsabilidade que o Brasil tem na geopolítica internacional. Nós saímos de uma fase em que tínhamos criado várias organizações multilaterais, em que o Brasil tinha passado a ser um protagonista internacional, e 10 anos depois, eu volto à Presidência da República e o Brasil era tratado como se fosse um pária internacional, ninguém queria conversar com o Brasil lá fora e ninguém queria conversar com o Brasil aqui dentro", afirmou.

VISITA.

No ITA, Lula visitou o Laboratório de Preparação e Integração e assiste uma apresentação do projeto do motor turbojato TR-5000, a turbina a jato 100% nacional. O presidente foi recebido pelo comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, além de outras autoridades. No mesmo evento, inaugurou o bloco 1 do alojamento estudantil H8, com capacidade para 80 estudantes. A estrutura faz parte do projeto de expansão do ITA.

 Na segunda parte da visita de Lula a São José, o petista passa pela Embraer, onde está sendo recebido pelo presidente da companhia, Francisco Gomes Neto, e integrantes da diretoria, além de representantes da Azul, a única companhia aérea regular brasileira a operar os jatos comerciais de última geração da Embraer, feitos em São José.

A cerimônia ocorre em momento que a indústria aeronáutica e de defesa do Brasil tem potencial de ser impulsionada por políticas de incentivo à exportação e iniciativas como o Nova Indústria Brasil, que busca ampliar a inovação, a produtividade e a competitividade em direção a uma economia verde e voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Jeferson
    26/04/2024
    A Avibras em frangalhos e o sujeito me solta um discurso demagogo desses? Lamentável!