Nenhuma outra região chega perto da quantidade de mortes em homicídios do Vale, que tem 73% mais vítimas do que Campinas, a segunda mais violenta do estado, com 52 óbitos no primeiro trimestre. Sorocaba e Ribeirão Preto têm 50 vítimas cada uma e Piracicaba 47 mortes, bem abaixo do Vale.

A região ainda tem dois óbitos em latrocínios e soma 92 pessoas mortas de forma violenta de janeiro a março. Os homicídios aumentaram 12,50% neste ano na comparação com o ano passado (90 vítimas contra 80) e os latrocínios permanecem com o mesmo número de duas vítimas nos dois anos.

O Vale terminou o ano passado com 330 vítimas de mortes violentas, sendo 316 em homicídios e 14 em latrocínios. Na comparação com 2022, o número de homicídios caiu 14% e o de latrocínios cresceu 40%.

GOVERNO

Na região, o Vale Histórico tem sido a maior fonte de crescimento dos crimes contra a vida, com homicídios aumentando desde o início do ano. Em entrevista exclusiva a OVALE/Sampi, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas  (Republicanos), disse que a região sofre impacto de guerra entre facções criminosas.

“Isso é um reflexo da proximidade [do Vale Histórico] com o Rio de Janeiro. Isso é o crime organizado tentando, com as facções criminosas do Rio, ingressar no território de São Paulo e a contenção da facção hegemônica de São Paulo. É o Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigo dos Amigos contra o PCC. Eles tentam entrar no território paulista e são contidos, mas aí tem disputa pelos pontos de drogas. É por isso que os índices de homicídios no Vale do Paraíba são muito maiores do que no restante do estado todo. Há uma hegemonia de uma facção no estado todo [PCC] e há uma disputa no Vale do Paraíba. Por isso que eu falo, o tráfico de drogas é uma coisa muito séria, muito grave, e precisa ser combatido", afirmou o governador.