FISCALIZAÇÃO

Em meio a polêmica, adegas defendem 'copão' e criticam ação da Prefeitura de São José

Fiscalização de Posturas de São José proíbe a venda de ‘copões’ com bebidas alcoólicas nas adegas; estabelecimentos da cidade que descumprirem a regra podem ser fechados

Por Da redação | 14/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução

Copão com bebida alcoólica
Copão com bebida alcoólica

A polêmica com a proibição do uso de copões com bebida em adegas de São José dos Campos ameaça ir longe. A Prefeitura de São José dos Campos vem sendo criticada após endurecer as regras para estes estabelecimentos.

O Departamento de Fiscalização e Posturas da prefeitura informou ser proibida a venda de bebida em adega para consumo no local. Ou seja, donos de adega não podem manipular a bebida e vendê-la em copões, mas apenas em embalagem fechada para consumo fora da adega. Além disso, esse tipo de estabelecimento só pode funcionar até 22h em São José.

“Adega só pode funcionar até as 22h, é horário máximo. O dono não pode fornecer bebida para consumo no local. Ele não pode manipular a bebida ali. Ele só pode fornecer a bebida fechada, engradada para consumo fora dali”, disse Rodrigo Andrade, diretor do Departamento de Fiscalização e Posturas de São José.

“Muitos abrem os estabelecimentos, alteram e passam a funcionar como bar. Aí fornecem a bebida, o copão, só que eles não têm estrutura. Não tem banheiro, não tem banheiro com acessibilidade. Então, ele foi licenciado como adega, mas passou a funcionar como bar, desvirtuando o licenciamento que concedeu”, afirmou.

COPÃO É PROIBIDO

Segundo Andrade, adega que vende copão está praticando uma “atividade em desconformidade ou irregular com seu alvará de funcionamento”. O resultado é que podem ser fechadas pela prefeitura, que endureceu as regras para esse tipo de negócio.

Nas redes sociais, a postura da prefeitura dividiu internautas. Há quem defenda o fechamento das adegas, mas donos e frequentadores criticaram a rigidez das normas e apontaram uma suposta perseguição aos estabelecimentos, principalmente em bairros de baixa renda.

“A indústria já tá indo embora aos poucos de SJC. Éramos a segunda economia do estado. Em breve não teremos nem estabelecimentos de lazer porque não pode fazer absolutamente nada aqui”, escreveu um leitor de OVALE.

Ele completou: “O problema que a lei funciona pra uns e pra outros ela é totalmente cega. Tem, sim, que fechar e multar quem está irregular, mas tem que ser pra todos, pois tem bares na região central que ocupam calçadas dificultando a passagem de pedestres e a fiscalização faz vista grossa”.

“Veja como funciona essa cidade e o que passamos com um senhor prefeito e o complô”, comentou o dono de um bar na zona sul.

“O mais absurdo é essa afirmação que donos de bares, regulares, legalizados, mas sem o naipe daquele bar que coloca cadeira na calçada e agora na rua também, estão fraudando a lei. Essa cidade é uma piada”, disse uma advogada.

Outros internautas ironizaram: “Daqui a pouco não vai poder vender bebida alcoólica na adega”, “Burocracia que não resolve nada. Tá difícil, hein, prefeitura, parece que é assim em tudo” e “O pobre não tem paz”.

“Os copões das adegas são uma manifestação da liberdade de escolha e da celebração da vida. A tentativa da prefeitura de reprimir essa linda tradição joseense vai contra a alegria e o respeito pela liberdade individual. Devemos promover uma cultura de respeito mútuo e aceitação, em vez de impor restrições autoritárias baseadas em falsos moralismos”, afirmou outro comentarista.

FISCALIZAÇÃO

Com ações quase que diárias, a Prefeitura de São José dos Campos tem voltado seus olhos para estabelecimentos que funcionam como adegas.

Segundo a prefeitura, em dado divulgado na semana passada, a administração fechou 34 bares e adegas nos últimos meses, sendo que 80% dos estabelecimentos eram adegas e grande parte funcionava na região sul da cidade.

“A nossa fiscalização tem como praxe, no primeiro momento, ser educativa. Nós sempre buscamos orientar o proprietário sobre algo no funcionamento que está fora da regra. Notificamos, alertamos, damos prazos para que ele possa se adequar. Quando vemos que ele não tem o intuito de se adequar, e quando a situação está bem complicada, a gente faz a interdição sumária”, explicou Andrade.

Fiscalização e ações preventivas foram reforçadas para impedir aglomerações - Foto: PMSJC
Fiscalização e ações preventivas foram reforçadas para impedir aglomerações - Foto: PMSJC

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1 COMENTÁRIOS

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  • Passageiro
    14/04/2024
    Para quem mora perto ou ao lado de uma adega pode dizer melhor em prol ou contra esse tipo de atividade comercial.