Um dos pensadores que marcaram os tempos, sem dúvidas, foi Agostinho de Hipona. O seu conceito sobre o tempo é extraordinário. Certa vez, ele afirmou que o passado já não existe mais e o futuro nunca existiu, porque é apenas uma possibilidade ou imaginação. E o presente? Apenas, numa fração pequena, é o tempo que existe para deixar de existir. Que definição poderosa e um pouco assustadora também. Mas, nem todos os presentes deixam de existir…
Assim como eu, certamente você já experimentou a possibilidade de viver um presente, que mesmo em segundos, tornou-se tão poderoso e evidente que foi necessário eternizá-lo em sua história. Esses presentes não se contentaram com o tempo efêmero e volátil de sua existência, decidindo superar as fronteiras do chronos, marcaram a vida e desenharam futuros. A isso, nós chamamos de memória.
Eu sou um entusiasta da aprendizagem humana. E quando falamos sobre aprender, a memória se torna muito importante. Sim, é verdade que nem toda memória que temos gostaríamos de guardar dentro de nós. Como diria Iziquierdo, em sua obra “A arte de Esquecer”, aprender é também esquecer. Selecionar o que devemos esquecer abrirá a nossa mente para se lembrar do que não pode ser esquecido. Paulo de Tarso, quando escreveu a carta aos cristãos que moravam em Filipos disse: “esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante” (Filipenses 3:13). Isso mesmo! É impossível avançar para frente em alguns momentos da vida e, até mesmo, criar boas memórias, se não deixarmos algumas coisas para trás.
E os memoriais? O que seriam? São representações físicas, artísticas, festas que procuram deixar marcos sobre lembranças que se pretende eternizá-las.
Nesses dias, comemoramos a Páscoa, uma das festas judaicas mais importante. Nessa festa, é primordial que o judeu esteja em Jerusalém para participar, pois é representa a libertação e salvação que Deus trouxe ao povo judeu que sofria com a opressão no Egito. Todos devem ir ao Templo para levar suas ofertas a Deus em adoração e também onde os cordeiros serão imolados para serem comidos na refeição da Páscoa. É uma celebração memorial. A Páscoa era uma memória que não apenas marcava uma gratidão pelo que Deus fez no passado, mas apontava para Jesus Cristo.
E aí!? Quais são as memórias que você não pode esquecer em sua vida? Quais são os memoriais que você precisa criar para eternizar presentes que não podem ser esquecidos?