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A seguir, confira a entrevista exclusiva gentilmente concedida ao jornal OVALE nesta semana.

1 - O que precisa para conquistar a vaga em Paris? O que falta?

Vou disputar o Pré-Olímpico Mundial em Istambul, na Turquia, dias 10 e 11 de maio. Estarão em disputas três vagas na minha categoria. Classificam-se os finalistas e o melhor terceiro colocado de cada umas das 18 categorias olímpicas. No Wrestling, cada categoria possui dois terceiros colocados e eles vão lutar entre si para definir a vaga olímpica. Os finalistas já garantem vaga e não haverá uma luta final.

2 - Como tem sido sua rotina de treinamentos?

Treino duas vezes por dia de segunda a sábado na Academia Calasans Camargo, em São José dos Campos e faço parte da equipe Niterói Wrestling e da Marinha do Brasil. Além da parte técnica, também realizo atividades físicas. Antes do Pré-Olímpico, a Confederação Brasileira de Wrestling deve fazer a fase final de treinamento já na Europa, para aclimatação, antes de ir para Turquia.

3 - Como é sua relação com São José?

Minha relação é muito bacana. Logo depois dos Jogos Olímpicos do Rio, o primeiro que competi, me mudei para São José. Então são oito anos de relação e alegrias nessa cidade que me abraçou, recebeu e apoiou. Costumo ir do treino para casa e de casa pro treino, sempre morei em São José, desde que vim treinar aqui, vai completar 8 anos esse ano.

4 - Dá para sonhar com uma medalha olímpica?

Sim. Estou entre as principais atletas do mundo há quase 10 anos e também disputei os Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020, realizada em 2021. Fui medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Então as chances são reais, mas primeiro o objetivo é garantir a vaga olímpica. A seletiva é um torneio muito disputado, pois todas as atletas que ainda não garantiram vaga disputam. Espero dar o melhor e colocar em prática tudo que treino no dia a dia com meu técnico Nisdany Perez.

5 - Quais são os maiores desafios de quem faz wrestling?

Toda modalidade olímpica tem suas dificuldades individuais. No Wrestling, nos falta material humano e parceiro de treinos. Por isso temos que fazer intercâmbios entre as equipes e passamos parte da temporada viajando para Europa, em locais com uma tradição maior na luta para elevarmos nosso nível. E, ao mesmo tempo, temos que lidar com essa distância e se fortalecer mentalmente é um desafio.

6 - Quando e como começou sua carreira?

Comecei em um Projeto Social em Barro Alto, Goiás, minha cidade natal, em 2005. Um professor passou na sala de aula, onde estudava, convidando para um projeto. Achei que era judô, mas, quando cheguei, era Wrestling e não parei mais. Em 2009, recebi um convite para treinar em morar no SESI, em São Paulo. Depois dos Jogos Olímpicos do Rio, mudei para a cidade e equipe de São José dos Campos, que me acolheu e que defendo até hoje.

7 - O que diria para os jovens que estão começando, ou que sonham em seguir a modalidade?

Diria que o mais importante para seguir esta jornada é acreditar, ter objetivos e trabalhar todos os dias por isso. Com certeza é um caminho com dificuldades, muitos desafios e vai exigir muita perseverança, nem sempre você vai conseguir de primeira ou vai levar anos para conseguir um bom resultado. Então para quem realmente quer seguir esse caminho, o segredo é perseverar.