CORRIDA.

A partir daí, Jonatas pegou Clarinha em seus braços e correu com ela até o pronto-socorro. “Ele disse que a menina estava mole, vomitando e virando os olhos nos braços dele. Meu marido até chupou o veneno na mão dela para cuspir, e ela grudou no meu marido, parecia que era filha dele”.

Quando chegou ao pronto-socorro, Jonatas gritou que a menina estava morrendo e pediu ajuda. “Depois chegamos eu e a mãe da Clara, e até uns cachorros de rua foram com a gente. Meu marido deixou a menina nos braços da médica. Para mim, ele foi um herói”, afirmou Sabrina.

RECUPERAÇÃO.

Sabrina admitiu que o marido tem problemas com álcool e drogas, e que já ficou três meses internado em uma clínica de reabilitação de Taubaté. Ambos estão atualmente em situação de rua, em razão de problemas familiares, segundo a mulher.

Ela disse que o marido já vive na rua há 19 anos, e ela há menos tempo. Eles se conheceram na rua e estão juntos há um ano e dois meses. “Eu nasci em Pinda, ele em Taubaté”, contou ela.

Sobre o episódio com Clarinha, Sabrina vê as mãos de Deus agindo, e não uma mera coincidência.

DEUS.

“Foi Deus que colocou essa menina em nossa vida. A gente estava pensando em ter um filho antes dela aparecer”, disse ela. “Meu marido está chorando enquanto conto isso”, contou.

Sabrina acredita que o contato com Clarinha vai dar mais força para o casal tentar sair das ruas, procurar uma recuperação definitiva.

“Vai dar mais força para a gente sair da rua. Vamos tentar. A gente não fica só na rua, às vezes trabalhamos na feira e dormimos em hotel e albergue. A gente queria salvar a vida dela, que não aconteça nada com ela. Ela vai se recuperar. Ela é forte”, afirmou Sabrina.

“Troquei o número de celular com a mãe da Clarinha. Tenho contato e vamos nos falar. Ela disse que meu marido e eu fomos os anjos da noite para ajudar a ela e a menina pela madrugada. Acredito que tem as mãos de Deus nisso.”

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