FEMINICÍDIO

'Como vou dizer para minha netinha que o pai dela matou a mãe?', indaga mãe de Elda

Ex-namorado é apontado como principal suspeito pelo assassinato brutal da técnica de enfermagem Elda Fortes, em Lorena; ela vinha sendo ameaçada por ele, que não aceitava o término

Por Leandro Vaz | 20/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Lorena

Reprodução

Valéria ao lado da filha Elda
Valéria ao lado da filha Elda

Vivendo um relacionamento tóxico e com forte dependência psicológica, o namoro entre Elda Mariel Aquino Fortes, 29 anos, e Luiz Guilherme Costa de Oliveira, 22 anos, foi marcado no final por muitas ameaças e uma medida protetiva que em nada ajudou o desfecho da história trágica.

“Depois da pandemia, cada um foi tocando sua vida. Mas ele pouco ajudava em casa. Eles tiveram umas três separações antes do fim do relacionamento há quatro meses”, disse Valéria Fortes, mãe de Elda. O que a fazia ficar era a filha deles de três anos.

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A última briga do casal aconteceu meses atrás, quando Elda foi convidada para um aniversário com a presença apenas de mulheres. Luiz se revoltou e foi até a casa onde a festa acontecia e  ameaçou Elda e as amigas. Houve naquele momento uma pequena agressão.

Foi o estopim para que o relacionamento chegasse ao fim. “A casa era minha e em uma das discussões falei que ele jamais entraria novamente”, disse Elda, sobre Luiz ter saído de casa.

Com o fim do relacionamento, Luiz Guilherme insistia para retomar o namoro. Mensagens com pedidos de perdão foram enviadas. “Ele dizia sempre que iria mudar”, diz Elda. Com a vida realizada no trabalho como técnica em enfermagem na Santa da Casa de Lorena, Elda vivia, segundo a mãe, o melhor momento da vida. “Ela não precisava mais daquele relacionamento. Ela estava realizada”, conta Elda.

Mas Luiz Guilherme insistia e passou a perseguir a ex com muitas ameaças. “Teve um evento que a Elda foi com outras duas amigas, que ele soube, e naquele momento houve muitas ameaças e agressões. Ela voltou escoltada para casa.” Foi ali que Elda procurou ajuda da polícia e conseguiu a medida a protetiva contra Luiz Guilherme. “Mas não foi capaz de pará-lo”, lamenta a mãe.

Em quatro meses foram muitas as ameaças até a morte de Elda. Entre tantas perguntas que ainda ficam, uma ecoa na cabeça de Valéria: como contar à filha do casal de apenas três anos. “Como vou dizer para minha neta que seu pai matou a sua mãe?”, questiona.

O filho mais velho de Elda, de 14 anos, soube do crime e mora junto com a família em Lorena. “Ele viu o corpo da mãe. Ele tenta ser forte e ser o homem da casa”, diz a avó.

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