A DOR DE UM FILHA

'Te amo, meu herói': emocionada, filha diz adeus ao pai, executado a tiros em Cruzeiro

Em um post nas redes sociais, a filha da vítima tentou traduzir em palavras a dor da perda do seu herói. 'Pai, você vai sempre lembrado', escreveu Ellen. 'Levo você comigo', disse

Por Da redação | 19/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Cruzeiro

Reprodução

Eli, pai herói da filha Ellen; ele foi morto em Cruzeiro
Eli, pai herói da filha Ellen; ele foi morto em Cruzeiro

'Eu te amo, meu pai herói'.

Foi assim, com uma declaração de amor incondicional, que uma jovem despediu-se do pai, vítima da violência em Cruzeiro, cidade com a maior taxa de homicídios do estado de São Paulo.

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Apelidada por ele de 'Boneca', Ellen Vitória, 18 anos, é filha de Eli da Silva Moreira Júnior, de 43 anos, morto a tiros na noite da última sexta-feira (15) em um ponto de ônibus na rua José de Paula Ferraz, no bairro Itagaçaba. O pai trabalhava vendendo frango. "Tenho certeza que o último pensamento do meu pai foi 'Deus cuida da minha filha'", afirma a jovem. "Ele era o cara mais legal do universo".

Em um post nas redes sociais, a filha da vítima tentou traduzir em palavras a dor da perda do seu herói. "Pai, você vai sempre lembrado", escreveu Ellen, que fez questão de destacar o orgulho que sentia de Eli. A filha, na mensagem, diz que o pai era 'mil grau' e destemido.

"Pai, sigo com seu legado, tudo por você! (...) Nunca vai ser esquecido por mim", escreveu a jovem. "Você era pureza, meu pai, meu amigão, meu parceiro, esteve comigo no sufoco, pai TE AMO MEU HERÓI", postou Ellen, destacando que o pai só queria lhe ver bem.  "Aonde eu for levo o seu nome! Que vire notícia, história, e para sempre, pai, seu nome é história. Coragem e garra, esse é o nosso nome, levo comigo seu sangue, até o fim".

VIOLÊNCIA.

De acordo com a filha, o pai foi morto por uma gangue de criminosos ligados ao tráfico na região e o crime foi cometido com o objetivo de atingi-la. A quadrilha teria uma rixa com o ex-namorado de Ellen. Há um ano, ela foi baleada nas costas e, desde então, não consegue andar. "Foi covardia porque o meu pai não fazia mal para ninguém", disse ela.

Eli era o seu companheiro nas sessões de fisioterapia. "Sempre me mandam mensagem me humilhando e falando que me deixaram alejada, meu pai, por sempre estar comigo nos lugares, ajudando, enfim foi vítima por essas mesma pessoas. E tenho medo de matarem mas pessoa da minha família", contou a filha.


A gangue teria uma rixa com o ex-namorado de Ellen, de acordo com ela. A polícia investiga o caso.

"Essa raiva foi porque um tentou matar o outro, os caras de um lugar tentando matar de outro por rixa de mulher, de amigo, enfim criou uma guerra (...) e fizeram vigança com pessoas inocentes, já várias, e fizeram em mim para atingir quem eles tinham raiva, também me atingiu, e meu pai acabou sendo atingindo para me ferir. É uma guerra que está acabando com a população de Cruzeiro", disse a jovem.

O CRIME.

Eli foi morto a tiros na noite de sexta-feira (15) e o corpo dele foi deixado pelos criminosos em um ponto de ônibus.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo por volta de 19h10 na rua José de Paula Ferraz, no bairro Itagaçaba. Lá, encontrou a vítima já sem vida e sentada no ponto de ônibus, com um dos braços sobre o encosto do banco. O homem foi morto com um tiro no pescoço e outro na escápula.

Ao lado do corpo, foi encontrada bebida alcoólica. A suspeita era de que ele estava bebendo no ponto de ônibus quando foi morto. A Polícia Militar e a perícia também foram acionadas e estiveram no local do crime. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foi feito o transporte imediato da vítima para a Santa Casa de Cruzeiro, onde foi constatado óbito pelo médico de plantão.

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