
Vítima das sequelas de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), a empresária Raquel Rodrigues da Costa, 41 anos, que morreu no último sábado (9), teria dívidas acumuladas em torno de R$ 1 milhão, de acordo com um grupo de dezenas de credores.
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O cálculo é feito por credores da empresária, que criaram um grupo na internet para divulgar processos e reclamações contra a loja ‘Mimos Dalu’, de São José dos Campos, que tinha Raquel como proprietária.
Os consumidores compraram e pagaram por produtos da loja e não receberam os itens vendidos por Raquel. A loja, que é especializada em vender produtos importados, acumula reclamações e processos na Justiça.
Além dos clientes que não receberam seus produtos, a empresária é acusada por credores por não pagar itens comprados de outras pessoas e ainda assumir dívidas com agiotas.
“Tem mais de 200 pessoas esperando eletrônicos e outros produtos comprados dela e que não foram entregues. Ela pegou R$ 8 mil em bolsas de uma mulher e não pagou. Há muitas irregularidades”, disse uma das administradoras do grupo.
PROBLEMAS.
Segundo ela, há clientes esperando por receber encomendas feitas a Raquel desde julho do ano passado, quando surgiram os primeiros indícios de que o negócio da empresária de São José estava com problemas.
“Ela era sempre solícita, respondia e dizia que o aparelho iria chegar, mas nunca chegava. Ela enrolava muitas as pessoas. Tem gente que não fazia a reclamação, que começou a aumentar em outubro e explodiu em dezembro”, contou.
OVALE conversou com uma mulher, cliente de Raquel, que disse ter recebido uma ligação da empresária em 31 de dezembro.
“Ela me ligou na parte da tarde e falou que não podia parar de vender e trabalhar porque tinha que cumprir tudo o que havia sido pedido. Ela estava quebrada. Acredito que ela estava tentando consertar, mas se perdeu. Ela começou a se enrolar e virou uma bola de neve”, disse a cliente.
MORTE.
Por meio de um perfil no Instagram, a loja ‘Mimos Dalu’ informou que Raquel começou a ter severos problemas de saúde em 1º de janeiro deste ano, um dia depois de ter conversado com a cliente do Vale do Paraíba.
“Desde o dia 01/01/2024, as coisas viraram de cabeça pra baixo, pensamos que nunca mais veríamos você, que nunca mais teria um storie ou uma live sua aqui. Você lutou, voltou à vida, com muitas limitações, sabíamos do tamanho do processo pra sua recuperação e acreditávamos demais nisso, como a sua fé sempre foi enorme, da forma que proporcionou coisas incríveis pra muitas pessoas, podemos crer num amanhã com você. Mas infelizmente no dia 09/03/2024 você chegou ao fim de sua jornada, uma pessoa determinada, cheia de vida, com atitude, destemida mas ao mesmo tempo com um temor incrível, decidiu que era a hora de seguir”, diz a publicação da loja.
De acordo com a certidão de óbito do Serviço Funerário do Município de São Paulo, a qual OVALE teve acesso, Raquel morreu numa residência no bairro Jardim Camargo Novo, na região leste da capital paulista, no último sábado (9), às 21h45. A morte foi constatada por dois médicos.
O corpo dela foi cremado no Cemitério e Crematório Santa Catarina, em Jandira, cidade da Região Metropolitana de São Paulo. A cerimônia foi realizada na segunda-feira (11), ao meio-dia. Os restos mortais da empresária foram entregue à família. Ela deixa duas filhas.
Advogada de um cliente da loja que comprou R$ 11,8 mil em produtos, e ainda não recebeu, Débora Siqueira disse que a morte da empresária torna ainda mais difícil o pagamento das pendências financeiras.
“Quem responde agora é o espólio, se houver bens deixados. Se a família não der abertura ao inventário, os credores podem pedir essa abertura para levantar os bens e pagar as dívidas”, afirmou.
“O que foi informado em dezembro, pelo jurídico da Raquel, é que a empresa estava quebrada e não tinha como pagar. A comunicação se encerrou em dezembro e é bem difícil agora. Tenho poucas esperanças que todos os credores consigam reaver o dinheiro, porque é uma quantia muito alta”, disse a advogada.
OUTRO LADO.
OVALE conversou nesta quinta-feira (14) com a advogada Regina De Luca, que passou a representar Raquel mais recentemente. Ela é de Guarulhos e disse que está tomando ciência de todos os processos e dos detalhes que envolvem a situação da empresária e da loja.
A advogada contou que virá a São José dos Campos na próxima semana para analisar o caso da empresária e tomar conhecimento dos fatos. Somente após essa análise é que ela poderá atender a reportagem.