MISTÉRIO

Pai do escoteiro Marco Aurélio mantém esperança de saber o que aconteceu com filho

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Marco Aurélio (centro) era escoteiro em São Paulo
Marco Aurélio (centro) era escoteiro em São Paulo

Um dos maiores mistérios do mundo aconteceu no Vale do Paraíba e está perto de completar 40 anos.

O desaparecimento do adolescente Marco Aurélio Simon, que sumiu em 1985 no Pico dos Marins, em Piquete, segue sem nenhuma resposta sobre o que aconteceu com o jovem escoteiro 38 anos depois do sumiço dele na região.

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Foram realizadas diversas operações de busca no local do desaparecimento em todos esses anos. A última investida ocorreu em setembro de 2023, quando a Polícia Civil fez nova investigação no Pico dos Marins usando equipamentos de alta tecnologia.

No entanto, o caso segue em aberto e o pai do escoteiro, o jornalista e advogado Ivo Simon, 84 anos, não consegue descobrir o que aconteceu com o filho.

“É um assunto instigante e que mexe com as pessoas. É um mistério terrível. Não tem um fio de cabelo, uma pista a seguir. É uma tortura para mim”, disse o pai.

ENCONTRO.

Não dia 23 de março, Ivo Simon vai mediar um debate com policiais e pessoas que participaram das investigações sobre Marco Aurélio.

O evento se chama “Eu procuro Marco Aurélio” e será realizado em Piquete, com a participação dos delegados Marcelo Cavalcante e Sandra Verga. Ele foi quem comandou as investigações mais recentes, em setembro do ano passado. Sandra foi quem investigou o caso nos anos 1990.

Também participarão o secretário de Turismo de Piquete, Rodrigo Nunes, e o ufólogo Claudio Iatauro. Ambos também investigaram o caso.

Uma das participações mais especiais será a de Osvaldo Machado, um dos escoteiros que estava com Marco Aurélio em 1985. Ele participou diretamente do episódio que culminou no desaparecimento do colega escoteiro.

DESAPARECIMENTO.

Marco Aurélio tinha 15 anos na época e participava de uma expedição com escoteiros de São Paulo na montanha do Vale, entre eles Osvaldo, que se machucou no começo da excursão, episódio que culminou na separação de Marco Aurélio do grupo. Desde então, o escoteiro nunca mais foi visto na face da Terra, vivo ou morto.

“Depois de tantos anos com entrevistas esparsas decidi reunir pessoas e autoridades que tiveram ou têm o que falar o que fizeram ou estão fazendo no caso”, explicou Ivo Simon sobre o evento em Piquete.

Ele ainda mantém a esperança de obter informações sobre o que aconteceu com o filho. “Não vou desistir nunca. Preciso dar um fim nessa história”, afirmou.

PROCURA.

Desde o desaparecimento, em 1985, o pai do escoteiro contratou investigadores, fez contatos na polícia, reconhecimento de pessoas que tentaram se passar pelo menino e viagens pelo Brasil para apurar informações de diferentes estados onde Marco Aurélio teria sido visto.

“Viajei muito pelo Brasil atrás de pessoas parecidas com Marco Aurélio. Já passamos dias inteiros olhando em praças de várias cidades. A fisionomia dele não é diferenciada e a imagem dele se confunde com diversas outras pessoas”, contou Ivo.

“Quando se tem uma divulgação muito grande, a pessoa grava a imagem na mente e, às vezes, ela vê alguém e acha parecido. Uma mulher nos ligou e disse que havia visto um homem no Metrô de São Paulo parecido com o Marco Aurélio. A gente fica numa situação difícil.”

Até hoje, segundo o advogado, nenhuma pista concreta sobre o que aconteceu com Marco Aurélio foi encontrada, nem que esteja vivo ou morto.

Ivo admite sentir um misto de melancolia e esperança a cada novo passo da investigação. Ao mesmo tempo em que deseja encerrar de uma vez as buscas, encontrando vestígios do corpo do filho, ele sabe que o mistério se arrasta há tanto tempo para terminar em definitivo.

“Sempre vai haver perguntas não respondidas neste caso. Os porquês parecem ser eternos. Temos que ir nos conformando em nunca saber exatamente o que aconteceu com Marco Aurélio naquela montanha. Não é fácil viver isso por 38 anos”, disse Ivo.

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