
O corte de árvores em uma área de mata perto do clube Thermas do Vale, na região oeste de São José dos Campos, no final de fevereiro, chamou a atenção de ambientalistas da cidade, que criticaram a prefeitura pela derrubada das árvores.
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A Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade explicou tratar-se de um trabalho de “descontaminação biológica” para o corte de leucenas, espécie de árvore agressiva e classificada como EEI (Espécie Exótica Invasora), “cujo desenvolvimento impede o crescimento das espécies nativas”, disse a pasta.
“A ação visa proteger o plantio e a recomposição florestal que foi feita ao lado. Ao longo do ano serão plantadas árvores nativas no local. O programa de descontaminação biológica está descrito em placa colocada no local há vários anos”, completou a secretaria.
DESCONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA.
O secretário Marcelo Manara disse que a descontaminação biológica é um conceito que existe há mais de 100 anos e que visa combater “espécies que têm comportamento invasor”.
No caso de São José, a espécie invasora é a leucena, árvore do Nordeste brasileiro que, segundo Manara, tem uma propagação extremamente agressiva.
“As sementes se espalham e germinam muito rápido, atrapalhando o desenvolvimento das espécies nativas. Debaixo da leucena não nasce mais nada.”
Segundo ele, o fragmento de mata na zona oeste recebeu plantação de árvore em um trabalho de preservação, mas no espaço começou a surgir leucenas.
“Até colocamos uma placa para orientar as pessoas que ali se faz o trabalho de corte dessas árvores, que se chama descontaminação biológica”, afirmou Manara.
Segundo o secretário, a leucena também aparece em outros pontos da cidade, como ao longo do córrego Vidoca, no ponto em que recebe as águas do córrego Senhorinha. “Lá é outra área que está extremamente contaminada com leucena, e ali também, mais para frente, nós vamos atacar para cortar.”
ESPÉCIES INVASORAS.
Manara disse que, além das leucenas, outra espécie invasora é o pinus, que também deve ser contido dependendo do local em que cresça.
“Se ele for plantado uns 10 pinus numa encosta em São Francisco Xavier, daqui a cinco anos vai ter uns 5.000 dominando lá, e ele não deixa outra espécie progredir. Na literatura você o vê como espécie exótica invasora, a segunda pior manifestação. Para os habitantes naturais, a segunda maior fonte de degradação de hábitos é a espécie exótica invasora. É uma das piores coisas pra acontecer para a sobrevivência do próprio bioma”, afirmou o secretário.
Aos moradores que pretendem plantar árvore em casa ou na rua, Manara indica procurar primeiro a prefeitura, por meio do telefone 156, para receber informações sobre as espécies corretas.
“Nós estamos implantando agora mais de 5.000 árvores nos passeios públicos. Então, se essa pessoa quiser plantar uma árvore na porta da sua casa, na calçada ou na porta do comércio, basta ligar 156 e se inscrever para receber a orientação da espécie adequada para ser plantada no local adequado”, afirmou.
Comentários
2 Comentários
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Iracema Suzuki 12/03/2024Parabéns. Ótima iniciativa. Outras cidades deveriam seguir o exemplo!
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Domingos Savio Bassi 07/03/2024Eu não conhecia este assunto, e por isso li toda a reportagem e entendi o motivo das remoções. É muito importante recompor aquela região desmatada para que não se construa nada a não arvores nativas da nossa região. Parabéns