Há mais ou menos dois meses resolvi compartilhar as colunas também no meu LinkedIn e foi uma surpresa geral. Isso porque muitas das conexões que tenho por lá são fruto de uma “outra vida” onde fui executiva no mundo corporativo - foram 17 anos em um universo completamente diferente do que vivo hoje. Fui a Francini Nogueira de algumas empresas, nacionais e multinacionais. Porém em 2015 me tornei a Fran Galvão, Consultora de Imagem e Estilo, colunista de moda, digital influencer, professora e apaixonada pelo que faço.
Confesso que ao escolher pela transição de carreira parti do pressuposto de que ser algo, ou trabalhar em algo diferente, demandaria me distanciar de uma primeira característica – meio que assumi um padrão de exclusão, de perda. Deixei de ser quem fui para me tornar quem sou.
Assumi um outro sobrenome (Nogueira é do meu pai que sempre foi executivo de multinacional e Galvão da minha mãe que sempre trabalhou com moda) e me distanciei do meu networking – afinal tinha como meta construir tudo novo.
E realmente construí tudo novo. Um novo networking que me levou por 04 anos a acompanhar as maiores semanas de moda do mundo (aliás pensando seriamente em retornar), ter solidez no curso que eu idealizei (o Estilize-se), escrever semanalmente para um jornal, esporadicamente ser presença em revistas e programas de TV (olá emissoras, vamos conversar?) e inúmeras clientes, que por ironia em sua maioria são executivas. Sem contar o quanto me divirto como influencer nas minhas mídias sociais.
Enfim, por que estou contando tudo isso aqui para vocês?
Durante a folia de carnaval em eventos que estive presente (acredite, há sempre a oportunidade de fazer bons networking, até mesmo durante a folia do carnaval) o tema sobre os desafios de se mudar de carreira surgiu e entre várias conversar alguns pontos chamaram minha atenção. Sem contar que levei um texto sobre isso para o próprio LinkedIn e Instagram e os comentários e trocas foram imensos e em sua grande maioria de mulheres.
Hoje entendo que continuo sendo a Francini executiva, ela está comigo a cada atendimento hoje na Consultoria, mas sendo explorado de outra forma. O melhor de tudo que sou, sendo aplicado hoje.
Afinal sou formada em Comércioa Exterior/Relações Internacionais, mas também em Moda, com CBA em gestão de projetos, mas também em pós de marketing digital. Fui em diversos congressos e grandes reuniões, mas também em semanas de moda nacionais e internacionais. Como ignorar essa somatória?
Mas a grande indagação sobre esse tema foi sobre encarar nossa multiplicidade como um problema. E de repente precisar “esconder” algo para ser levada a sério.
“Ah, mas essa não é uma coluna de moda?” É, sim, mas também é mais que isso, é para mulheres - e quando pensamos em estilo - e agora sabendo desse meu passado eu pergunto: adivinha quantas camisas eu tenho no guarda-roupa que hoje não são mais usadas com alfaiataria e sim com um nozinho, com uma saia de franja, de paetê, de trás para frente....
Viu só como nossa imagem conta histórias sobre nós e reflete tudo aquilo que somos. Pensa nisso!! Que história você está contando com sua imagem?