JOYCE CAMPOS

'Ela era a última memória viva de Lobato', diz bisneta do escritor após morte da mãe

Por Da redação | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Joyce Campos e a filha Cleo Monteiro Lobato
Joyce Campos e a filha Cleo Monteiro Lobato

A última memória viva de Monteiro Lobato, que conviveu com o grande escritor durante 18 anos, faleceu na última sexta-feira (26). Joyce Campos, neta preciosa do pai do Sítio do Picapau Amarelo, foi uma das grandes responsáveis por manter o legado de seu avô vivo e não deixar que suas histórias caíssem no esquecimento.

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Em entrevista a OVALE, a filha de Joyce, Cleo Monteiro Lobato, falou sobre a importância da mãe no trabalho de continuidade do legado do bisavô e de quem ele era.

“Ela era a memória viva sobre Monteiro Lobato e de quem ele era como pessoa, porque todo mundo sabe do Monteiro Lobato escritor e homem público, agora ele como pessoa, mamãe era a última memória viva dele. Outra pessoa que conviveu com ele e poderia falar sobre sua história, foi Aparecida Rodrigues, filha da primeira tia Anastácia da televisão, Benedita Rodrigues, mas infelizmente ela faleceu no ano passado", relatou.

Cleo conta também que durante muitos anos a mãe, Joyce Campos e o pai Jerzy Kornbluh deram continuidade ao legado de Monteiro na televisão e fora dela.

“Meu pai faleceu em 2015 e ele foi o representante da família Monteiro Lobato para todos os assuntos, todos os contratos foram feitos pelo papai com o parceiro comercial Álvaro Gomes. Meu pai fazia a parte dos contratos e negociação e a mamãe fazia a parte de relações públicas, ela que ia nas aberturas de biblioteca, homenagens, que aprovava o figurino dos personagens do sítio e do script do programa, por exemplo, contou.

Além de dar vida às memórias de Lobato, Joyce também se formou em arquitetura e realizou o sonho de ser mãe. “Minha mãe fez faculdade de arquitetura e na época, além dela só tinham outras quatro mulheres no curso. Ela disse que naquele tempo tinha um código de como as mulheres e homens precisavam se vestir e todas as moças tinham que usar saia, mamãe chegou a ser suspensa porque ela estava com frio, usou calça e não podia", lembrou.

"Como mãe ela era superprotetora e otimista. Ela, meu pai e eu tínhamos uma relação muito próxima. Ela leu para mim todos os livros de Monteiro Lobato antes deu saber ler, então esse amor de leitura que eu tenho vem direto dela”, falou.

A filha, que representa a família Lobato desde 2018, relata que quer continuar o trabalho e manter viva as memórias e histórias do bisavô.

“Primeiro comecei montando o website ‘monteirolobato.com’, que o meu sonho é que seja um lugar que todos os pesquisadores e amantes de Lobato possam ir para obter todas as informações e depois comecei a atualizar o livro Reinações de Narizinho. Dividi as histórias em nove livros e estou atualizando eles e lançando aos poucos, até então já publiquei cinco. Estou atualizando não só a parte do texto com uma escrita mais atual, mas também visualmente com ilustrações bem coloridas para conectar com as crianças de hoje, assim como se conectava com as da época. E também comecei a fazer lives, apresentar palestras em escolas, entre outras ações para manter esse legado vivo”, concluiu.

VELÓRIO

O velório de Joyce Campos será realizado na segunda-feira (29), das 15 às 17h, no Monumental Grupo Bom Pastor, em São Paulo. Em seguida ela será cremada. A cerimônia será aberta ao público. Joyce faleceu aos 94 anos em sua chácara que fica em Americana.

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