Essa semana conclui mais uma turma do meu curso Estilize-se, foram quatro semanas de muita entrega, trocas e descobertas. Minha proposta no curso é estimular as alunas a transmitirem uma imagem autêntica, seguindo um estilo próprio, único e genuíno, e com isso entender e internalizar o conceito de intencionalidade de vestir e o impacto no dia a dia.
Nesta última aula um dos temas que abordamos foi a diferença entre ter um guarda-roupa e uma imagem formados por peças básicas, ou se de repente, é aquele jeito de usar que é sempre da mesma forma. Ou seja, você ao se arrumar pela manhã percebe que só tem peças básicas no guarda-roupa ou suas combinações é que são básicas e você precisa trabalhar esse olhar?
A primeira coisa é entender que ser básica não é um problema e nem o oposto de ser estilosa. Vira e mexe eu recebo através de minhas mídias ou de clientes a clássica frase “Fran, eu queria tanto ser estilosa, mas sou tão básica”, e consequentemente me pergunto “quando ser básico assumiu o significado de ser sem graça, de ser um problema?”
Vocês podem ser básicas, não tem problema nenhum. O problema está em deixar a “interessancia” de lado, em ignorar sua personalidade, suas intenções, seu humor. Aliás como li recentemente em uma matéria, vale dizer que é o óbvio bem executado que transforma o comum em extraordinário – isso vale para a moda, isso vale para a vida!
Como sempre digo, quando pensamos em nossos guarda-roupas é importante entender a equação formada por nossa essência mais nossa rotina, nosso dia a dia. Entender que peças básicas podem render bons looks básicos – talvez até mais atemporais, mais neutros – mas também podem render bons looks fashionistas. A diferença estará em desenvolver um novo olhar para construir uma proposta diferente, seja com sobreposições, com acessórios, tirando a peça do lugar comum, fazendo combinações diferentes.
Estamos quase fechando mais um ano (que bom que juntos por aqui!) e gostaria de sugerir que já começássemos as reflexões, inclusive as fashion. Eu sei que sua vida está corrida, que todas nós temos um monte de coisa diariamente para resolver ao mesmo tempo, que equilibramos milhões de pratinhos, que saímos cedo e voltamos tarde, que vinte e quatro horas por dia não se faz suficiente, que a nossa cabeça está cheia de coisas para pensar e resolver.
Mas eu também sei que se você não estivesse cansada de ter um relacionamento ruim com o seu guarda-roupa você provavelmente não estaria aqui todas as semanas comigo.
Então minha proposta - antes mesmo de começarmos um novo ano – é acreditar que ainda dá tempo de você descobrir a liberdade de estar bem-vestida todos os dias, e a primeira ação para isso é deixar de acreditar em listas prontas – seja de estilos universais, de itens que tem que ter, ou de regras que dizem te fazer mais elegante. Aliás, será que a busca pela elegância não está matando nossa autenticidade.