Origem de garrafas emblemáticas, Bordeaux é uma região no Sudoeste da França reconhecida como produtora de vinhos desde o período romano. Seus castelos e sua mítica estão no imaginário de todo enófilo. Para nós, brasileiros, a pronúncia de Bordeaux é a mesma da uva Bordô, uma das mais plantadas no Rio Grande do Sul e no Nordeste. Esta variedade produz vinhos de mesa. As características são completamente diferentes dos vinhos produzidos em Bordeaux, onde foi criado o corte bordalês que é reproduzido em centenas de outras regiões vitiviníferas, entre o Velho e o Novo Mundo.

A região de Bordeaux é dividida  pelo estuário de Gironde, onde se encontram os rios Garonne e Dordonne. À oeste e sul do Garonne estão as cidades de Médoc, Graves e Sauternes, que formam a margem esquerda, onde reina a Cabernet Sauvignon. À norte e à leste, estão Saint-Émilion e Pomerol, formando a margem direita, onde a casta Merlot predomina.  No meio dos rios, está a região conhecida em francês como Entre-Deux-Mers, muito propícia a vinhos brancos.

De cor vívida e intensa, em tons de violeta, a uva Bordô é nativa das Américas e produz, além dos vinhos de mesa, sucos de fruta e geléias, muito comuns nas gôndolas dos supermercados.

Dados da Embrapa apontam que a produção de vinhos de mesa no Brasil é ainda muito maior do que de vinhos finos.

Do 1,5 milhão de toneladas/ano, quase a metade é destinada ao processamento para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados. Os outros 50% são comercializados como uvas de mesa. Do total de produtos industrializados, 42% são vinhos de mesa e 49% são sucos de uva, ambos elaborados a partir de uvas de origem americana. Cerca de 7% são vinhos finos, elaborados com castas de Vitis vinífera (também conhecidas como uvas europeias).

As americanas têm fácil adaptação a diversas condições climáticas e boa produtividade, com resistência natural a algumas doenças que assolam a viticultura.