FRAN GALVÃO

Falsas, as bolsas. Falsas, as vidas. Falsa, a influência.

Por Fran Galvão | 04/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Consultora de imagem e estilo

Começo essa coluna parafraseando uma comunicadora que hoje tenho a sorte de estar trabalhando ao meu lado, a Catita - “Falsas, as bolsas. Falsas, as vidas. Falsa, a influência.” – trazendo um assunto que já tinha surgido de forma mais leve no começo deste ano e na última semana tomou conta das fofocas no mercado da moda.

O perfil no Instagram @thefakebirkinslayer revelou influencers e celebridades com bolsa Hermès supostamente falsas - questionando a autenticidade de suas Birkins - repostando nos stories da página, fotos e vídeos com a seguinte pergunta “Where did you get that bag?” (em tradução livre “onde você comprou essa bolsa?”) - inclusive fazendo parte desta lista algumas brasileiras renomadas e bem conhecidas.

Contextualizando, a marca de luxo Hermès, tem um sistema próprio para venda de suas bolsas mais icônicas, mantendo a exclusividade e o relacionamento com seus clientes. Só é possível comprar uma dessas bolsas, quem realmente é cliente da marca, ou seja, já construiu uma relação com a marca comprando outros itens, como lenços, sapatos, outros acessórios etc. É como se você fosse construindo o direito de comprar uma bolsa Birkin. Visto que a peça tem sua produção controlada em quesitos como qualidade e quantidade, gerando assim, uma escassez, mesmo a bolsa tendo um valor altíssimo. Após construir esse relacionamento, você entra para uma lista de intenção de compra de clientes do mundo todo, que pode chegar a 03 anos de espera.

Em paralelo, um mercado de second-hand se criou, porém, não há 100% de certeza que você comprará uma peça verdadeira, visto que a marca não oferece nenhum certificado de autenticidade, como é feito por outras marcas de luxo. O que existe atualmente são especialistas qualificados e certificados para uma avaliação.

A polêmica ainda vai longe, há diversas controvérsias sobres as exposições feitas, mas quis trazer esse tema para a coluna, não para detalhar verificações de autenticidade ou expor as tais celebridades e influencers (quem se interessar pode buscar pelo perfil, que é fechado, mas aceita todas as solicitações), mas sim, para pensarmos sobre essas supostas falsidades, que me fazem questionar: “muitas dessas influencers e celebridades expostas pela página criaram uma imagem de sucesso ao seu redor, mas será só a bolsa falsa ou será toda essa imagem criada e exposta propositadamente cheia de ostentação?”

Trazendo isso para o nosso dia – sem nem entrar na questão ser crime “alimentar” o mercado das falsificações - a questão é, o quanto buscar por uma falsificação, com base na percepção de luxo e de status, está ligado ao sentimento de pertencimento, de construção de uma imagem, que assim como a bolsa, é falsa. E o quanto, cada uma de nós, somos influenciadas por isso.

Sou do time que digo sem receios que acho brega usar uma falsificação e entendendo a moda como uma ferramenta de autoestima, reforço o que sempre digo para minhas clientes e alunas, não é o que você usa, e sim como você usa, que faz toda a diferença e imprime uma imagem pessoal genuína, única, poderosa e de resultados.

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