DEMISSÕES

Sem acerto em reunião, sindicatos denunciam quebra de acordo da GM; são 1.245 demitidos

Montadora manteve a posição de não cancelar as 1.245 demissões realizadas nas três fábricas paulistas

Por Da redação | 31/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação / Laís Costa

Mediação Coletiva de Trabalho, em São Paulo
Mediação Coletiva de Trabalho, em São Paulo

Terminou sem acordo a segunda reunião de mediação coletiva de trabalho entre a montadora General Motors e os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, realizada nesta terça-feira (31), na Superintendência Regional do Trabalho.

A montadora manteve a posição de não cancelar as 1.245 demissões realizadas nas três fábricas paulistas, com cerca de 800 cortes em São José. Sem o cancelamento, os sindicatos reafirmaram que a greve vai continuar. Um novo encontro ficou agendado para o próximo dia 9, às 10h.

Na reunião, os sindicatos denunciaram o fato de a GM ter descumprido um acordo assumido na reunião do dia 27, na própria Superintendência do Trabalho.

Segundo os sindicatos, a montadora havia se comprometido a suspender o pagamento das verbas rescisórias de todos os demitidos para que se prosseguissem os diálogos no encontro desta terça-feira. O compromisso está registrado em ata, mas o pagamento já foi depositado.

Antes disso, a empresa havia quebrado os acordos de layoff assinados com os sindicatos de São José dos Campos e Mogi das Cruzes, garantindo estabilidade para todos. Mesmo assim, realizou demissão em massa.

“Existe uma decisão do Supremo Tribunal Federal determinando que, antes de realizar desligamento coletivo, qualquer empresa deve abrir negociação com o sindicato da categoria. Em nenhum momento a GM se reuniu com os representantes dos trabalhadores para buscar alternativas às demissões”, informou o sindicato.

Diante do acúmulo de irregularidades, os sindicatos disseram que vão cobrar o governo federal para que exija da GM o cumprimento dos acordos e respeito à decisão judicial.

“Está claro que não podemos depositar nenhuma confiança na GM. A empresa tratou os trabalhadores com total desrespeito e mostrou que não leva a sério seus compromissos. Não aceitamos que uma empresa multinacional venha em nosso país e trate os trabalhadores dessa forma”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Valmir Mariano.

OUTRO LADO

A GM informou que as demissões foram necessárias em razão de queda nas vendas e nas exportações.

“Reiteramos que a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes.”

A montadora disse que a medida foi tomada após “várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário”.

“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro. A GM reforça que a segurança dos empregados é nossa prioridade”, completou.

Leia mais: Demissões da GM podem impactar sociedade como um todo, diz economista

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