INDÚSTRIA

‘Estamos sem chão’: demitidos da GM vivem desespero e incerteza em São José

Montadora demite 800 trabalhadores da fábrica de São José, na última semana

Por Xandu Alves e Lara Salles | 30/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação / SindmetalSJC

Demitidos penduram uniformes em frente à GM, em São José
Demitidos penduram uniformes em frente à GM, em São José

Os rostos da crise.

Pamela Alves e Nelson Martins são casados e têm uma filha de um ano. Além do lar e da vida em comum, eles eram colegas de trabalho na fábrica da General Motors em São José dos Campos. Ambos foram demitidos na última semana. O comunicado chegou por email.

"Como o pessoal já estava recebendo os comunicados no sábado de manhã pedindo para retornar para empresa, esperávamos receber algo também, mas não passou pela nossa cabeça que os dois poderiam ser demitidos”, contou Pamela.

“Quando fui para a fábrica, deixei um emprego que estava há seis anos para buscar uma melhor qualidade de vida e agora estamos sem chão, com contas para pagar e uma criança para sustentar”, acrescentou.

Além de o salário ser fundamental para o sustento da filha, o casal comprou uma casa própria e corre o risco de perdê-la caso não consiga arcar com o financiamento do imóvel.

"Só queremos os nossos empregos e dos nossos amigos de volta. Está sendo difícil para todo mundo e não temos mais o que fazer", disse Pamela.

Outra funcionária que também foi demitida no sábado (21), mas preferiu não se identificar, disse que apenas no setor em que ela trabalhava cerca de 40 funcionários foram cortados.

“Foi uma surpresa muito grande para todos nós. Só pelo que eu sei 80% das pessoas que trabalhavam na mesma linha de produção foram demitidas. A situação está muito complicada”, afirmou.

“Apesar de não ter filhos, tenho contas para pagar. Meu salário ajudava a arcar com os custos da faculdade do meu marido e com outras despesas de casa”, lamentou.

Também sem se identificar, outro funcionário de 13 anos na GM disse que a sensação de ser cortado é de “revolta e de desespero”.

“Tenho 42 anos, sou casado e tenho dois filhos. Depois da demissão o que passa em nossas cabeças são pensamentos de como vamos fazer para quitar as contas e um sentimento de revolta, porque sempre trabalhei corretamente.”

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