INDÚSTRIA

Economista vê montadoras da RMVale sofrendo com desindustrialização do país

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 1 min
Divulgação
Ford em Taubaté encerrou a produção em 2021
Ford em Taubaté encerrou a produção em 2021

O Brasil sofre há mais de uma década com um processo agressivo de desindustrialização. Para o economista Edson Trajano, professor da Unitau, a crise nas montadoras do Vale é consequência desse ambiente tóxico.

“É necessário repensar uma política de desenvolvimento local”, disse ele, que sugere uma ação em toda a região metropolitana para discutir “novas possibilidades econômicas”.

Uma das alternativas, segundo Trajano, é apostar na economia criativa.

“Tenho trabalhado acreditando muito na economia criativa como alternativa para esse desenvolvimento local. Tem que fazer mais investimento no campo tecnológico, acho que o Parque Tecnológico de São José é um bom exemplo a ser seguido, mas precisa avançar e chegar mais próximo aos empreendedores, da população de modo geral”.

Comentários

1 Comentários

  • Jeferson 30/10/2023
    Realmente é preciso pensar em reduzir a dependência industrial no Vale do Paraíba, focando em setores como economia circular, economia criativa, tecnologia, além de aproveitar o potencial de turismo e de logística da região. Porém, também é preciso, em âmbito nacional, colocar a reindustrialização como pauta prioritária para o futuro do país. Mais de 75% do comércio global são bens manufaturados de médio e alto valor agregado. Se hoje o Brasil tem registrado recordes na balança comercial, daqui 20 anos, se a desindustrialização não for revertida ou ao menos estancada, a balança comercial vai se inverter, dificultando ainda mais o equilíbrio das contas públicas, que já é frágil. Uma das principais lições da pandemia é que as cadeias globais de produção não podem ficar concentrados em poucos locais, o que resultou em quebras na cadeia de fornecimento global de componentes críticos. Diante disso, vemos as principais economias do mundo lançando pacotes de incentivos para a atividade industrial e para o retorno de linhas de produção que haviam sido transferidas para a China e o Sudeste Asiático, só para citar um exemplo. No entanto, das 25 maiores economias mundiais, apenas o Brasil não lançou pacotes específicos para o setor industrial quando houve a retomada, preferindo focar apenas no agronegócio, o que é um enorme erro. Além disso, a indústria tem efeito dinamizador sobre outras atividades econômicas, que os serviços, por exemplo, não conseguem oferecer no mesmo patamar. Temos muitas oportunidades ligadas a tecnologia, automação de processos, transição energética. Oportunidades que não podem ser desperdiçadas.