INDIGNAÇÃO

'Anos fazendo meu melhor para acabar com um telegrama', lamenta ex-funcionário da GM

Homem, de 39 anos, trabalhou 20 anos na empresa e comenta que emprego é fundamental para sustentar filhos e ajudar esposa que sofre com problemas de saúde

Por Lara Salles | 26/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Divulgação/SindmetalSJC

Demitidos realizaram manifestação pedindo pela volta dos empregos
Demitidos realizaram manifestação pedindo pela volta dos empregos

Com contas para pagar e uma família para sustentar, um ex-funcionário da General Motors de São José dos Campos relatou o drama que está vivendo desde sábado (21) quando recebeu o comunicado da sua demissão. "Foram 20 anos fazendo o meu melhor para acabar tudo com um telegrama", lamentou.

O homem, que preferiu não se identificar, conta que trabalhou na empresa durante 20 anos e que se sentiu traído ao ser mandado embora da forma como aconteceu. "Foi o meu primeiro emprego, entrei quando tinha 18 anos, passei por várias áreas, me dediquei ao máximo, nunca tive problemas com faltas e nem com outros funcionários. Quando recebi o comunicado estava de layoff (período de inatividade) e com o acordo firmado entre a empresa e o sindicato não poderia ser mandado embora até maio de 2024, mas isso foi quebrado e as demissões foram feitas sem qualquer negociação prévia", disse, acrescentando que é casado, pai de dois filhos e precisa do dinheiro para ajudar a cuidar da saúde da esposa.

"Minha esposa precisa de acompanhamento médico direto devido a um problema de saúde e com essa demissão é impossível pagarmos um convênio. O salário que ela recebe é apenas um complemento para nossa renda, agora estamos desesperados, com escolas para pagar e uma casa financiada", acrescentou.

MANIFESTAÇÕES

Na manhã desta quarta-feira (25), centenas de uniformes com as frases "Quero meu emprego de Volta" e "Luto" foram penduradas na portaria da empresa. A iniciativa é um ato de revolta e de apelo dos 800 funcionários, que representam 20% da empresa, para serem recontratados.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou que um novo ato será realizado na quinta-feira (26), às 9 horas, na sede que fica na Rua Maurício Diamante e seguirá pelo centro da cidade.

Sobre o assunto, o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano, reforçou que a greve continua e sem previsão para acabar. “O varal de uniformes simboliza a luta em defesa dos empregos e chama a atenção da sociedade para que todos se unam a essa mobilização. Seguiremos firmes na greve e na batalha para cancelar os cortes arbitrários”, afirma.

REUNIÃO COM GOVERNO

Após cobrança dos sindicatos dos metalúrgicos que representam os trabalhadores da GM em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, o Governo de São Paulo agendou uma reunião com as entidades. O encontro foi realizado nesta quarta-feira (25), às 17 horas, com o secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Samuel Yoshiaki Oliveira Kinoshita. As entidades informaram que ainda aguardam retorno sobre a reunião com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os três sindicatos também enviaram carta ao governo Lula (PT), solicitando reunião com a Presidência e o Ministério do Trabalho em caráter de urgência para discutir medidas em socorro dos trabalhadores.


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