ARTIGO

Ozonioterapia: a importância da ciência

Prof. Dr. Sc. Wilfredo I. Urruchi é físico e um dos precursores no estudo do ozônio no Brasil.

Por Wilfredo I. Urruchi | 03/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Divulgação

Prof. Dr. Sc. Wilfredo I. Urruchi
Prof. Dr. Sc. Wilfredo I. Urruchi

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) registra uma quantidade substancial de indivíduos envolvidos com a  ozonioterapia no Brasil, incluindo cerca de 30 universidades que estão engajadas em pesquisas sobre o assunto. Muitas dessas instituições contam com publicações de âmbito internacional e contribuem para a crescente base de conhecimento global sobre os potenciais benefícios e aplicações da técnica.

Pelo mundo, há inúmeras pesquisas sendo desenvolvidas e resultados bastante promissores no tratamento de várias doenças. Neste ano, reunimos especialistas de várias partes do mundo no V Encontro Científico Internacional de Ozonioterapia, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ozonioterapia e suas Aplicações (IBO3A). O investigador de farmacologia clínica e PhD em Ciências Farmacêuticas, o cubano-italiano Dr. Gregório Martínez Sánchez, foi uma das principais personalidades do evento.

Segundo ele, atualmente, existem 38 artigos clínicos que comprovam a eficácia do ozônio no tratamento de pacientes com Covid-19: “As meta-análises confirmam que seu uso pode contribuir para reduzir a mortalidade e minimizar os efeitos colaterais da doença”.

No Brasil, a ozonioterapia ganhou mais visibilidade após a aprovação, pelo governo federal, da Lei nº 14.648, que autoriza a prática da terapia no território nacional. Apesar da sanção presidencial e da aprovação realizada por conselhos de classe de áreas como odontologia, fisioterapia, enfermagem, farmácia, biomedicina, estética, medicina veterinária, o Conselho Federal de Medicina mantém-se totalmente contrário ao procedimento e se apoia na interpretação de que não há comprovação científica sobre a eficácia do ozônio. Por outro lado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) só autoriza geradores de ozônio para uso na odontologia e na estética (auxílio à limpeza e assepsia de pele).

Na prática, sabemos que há muitas pesquisas e muitas bases científicas com resultados bastante animadores. Porém, a prática somente pode ser conduzida por um profissional de saúde com formação superior e registro em seu órgão de supervisão. Além disso, o equipamento gerador de ozônio utilizado deve estar devidamente regulamentado pela Anvisa.

* Prof. Dr. Sc. Wilfredo I. Urruchi é físico e um dos precursores no estudo do ozônio no Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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