ARTIGO

Muito mais que representatividade, é questão de justiça

Por Patricia Juliani | 02/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

Dez por cento contra noventa por cento. Essa é a disparidade entre mulheres e homens no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o maior tribunal do mundo!

Duas para nove. Esses são os números desproporcionais entre magistradas e magistrados no Supremo Tribuna Federal (STF). A partir dessa semana esse número vira “uma para nove” com a aposentadoria da ministra Rosa Weber.

O STF é o órgão máximo da justiça brasileira e responsável por defender nossa constituição. Sabendo disso, proponho fazermos uma conta básica.

As mulheres representam mais que 50% da população brasileira, como apontado pelo PNAD contínua do IBGE. Uma vez que as mulheres são maioria no país, por que não estamos representadas na maior instituição que defende os direitos dos cidadãos? A conta não fecha.

Precisamos de mais mulheres na justiça para pensar pelas mulheres. Assim como lutamos para trazer mais mulheres para a política. A população feminina precisa ser representada nos espaços públicos com poder de decisão para levar mais garantia de direitos a elas.

Além de mulher, faço política pública. Digo com propriedade a falta que faz uma mulher nos poderes públicos. Sem diminuir a competência e responsabilidade dos colegas homens.

Há mulheres tão competentes quanto os homens. Claro, que sempre existe diferença de pensamento. Mas a democracia não seria sobre isso? Diversidade de ideias, de vivência, de proposta, de gênero.

Diversidade nas escolhas democráticas significa atender, em maior amplitude, as demandas da população.

Em meio a todo o pedido público ao presidente da República para não diminuir o número de mulheres no STF, eis uma movimentação de luta. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta semana, uma nova regra que cria lista exclusiva para promoção de Magistrada, o que significa que teremos mais mulheres desembargadoras, e até mesmo ministras nos Tribunais Superiores. Mas, valerá apenas no próximo ano.

Não estamos disputando. Só queremos o espaço para expor nossas ideias, nossas dificuldades e nossos desejos como cidadãs. Escolher uma mulher para o cargo desocupado de Rosa Weber é muito mais que representatividade, é questão de justiça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.