ARTIGO

Diga não ao capacitismo

Por Patricia Juliani | 21/09/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Jacareí

Divulgação

Patricia Juliani, secretária de Assistência Social de Jacareí
Patricia Juliani, secretária de Assistência Social de Jacareí

Nada supera a força de vontade de um paciente com deficiência quando ele encontra um fisioterapeuta que possui determinação em ajudá-lo. Entender e não reduzir esse paciente apenas à deficiência e limitações é fundamental.

Ao longo de quase 30 anos na fisioterapia recebi muitos prognósticos. Esses exames diziam que meus pacientes não iriam andar, que não iriam falar, que iam colocar prótese, que não iam correr ou andar de bicicleta.

Presenciei a superação de muitas pessoas ao longo dos tratamentos. Muitos delas voltaram a andar, a falar, a trabalhar. Hoje as maneiras de readaptar os pacientes as ações do dia a dia são infinitas. As tecnologias estão revolucionando a reabilitação de pessoas com deficiências físicas.

Neste 21 de Setembro, Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiências, quero trazer a reflexão da prática incorreta em diminuir um indivíduo à própria deficiência, conhecida como capacitismo.

Acreditar que pessoas com qualquer tipo de deficiência não são capazes de realizar ações cotidianas, é praticar capacitismo. Da mesma maneira, acreditar que um paciente com deficiência está com a vida destinada e reduzida ao prognóstico também é praticar capacitismo. Você já ouviu falar nesse termo?

A prática é crime previsto no artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência .“Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa”.

O capacitismo deve ser banido da sociedade, assim como o racismo, machismo e qualquer tipo de opressão. Mas, deve passar bem longe dos espaços onde a pessoa com deficiência busca pela reabilitação, pela compreensão e pelo acolhimento. Todos nós somos capazes de superar quaisquer obstáculos da vida. A vida está aí para ser superada. Dia a Dia.

É possível nos policiarmos para que o capacitismo seja combatido.

1 - Não fique encarando pessoas com deficiência

2 - Não faça perguntas íntimas sem ter intimidade

3 - Não ria de piadas capacitistas

4 - Não use termos como aleijado, especial, inválido

5 - Não infantilize adultos com deficiência

6 - Respeite os espaços da pessoa com deficiência

Trabalhar a quebra do ciclo do capacitismo é a gente não findar, não limitar, não julgar, não dizer “fim” na narrativa de alguém, uma vez que é possível colocar vírgulas, mudar de parágrafo ou até começar um novo capítulo. Enquanto houver vida a história continua.

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Patricia Juliani - Fisioterapeuta, vereadora em 2020, chefe de gabinete do Prefeito Izaias Santana em 2021 e 2022 e atual secretária de Assistência Social de Jacareí.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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