MISTÉRIO

Pai de Marco Aurélio revive tragédia com nova operação no Vale: ‘Tortura mental’

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução / Arquivo Pessoal
Marco Aurélio era escoteiro desde criança
Marco Aurélio era escoteiro desde criança

Aos 84 anos, o jornalista e advogado Ivo Simon busca pelo filho desaparecido há 38 anos, trabalho que o faz ter contato com pessoas de todo o Brasil.

Marco Aurélio Simon sumiu em 1985 no Pico dos Marins, em Piquete, sem deixar qualquer vestígio. Ele tinha 15 anos e participava de uma expedição com escoteiros de São Paulo na montanha do Vale. Desde então, o escoteiro nunca mais foi visto na face da Terra, vivo ou morto.

Nesta semana, após o caso ter sido reaberto em 2021, Ivo revive a tragédia com nova dose de tensão, drama e angústia.

“É uma tortura mental. Estou vivendo essa tragédia como se fosse de novo o primeiro dia. O que aconteceu? Imagina se ali nessas buscas estiverem ossos do meu filho, vamos ter que passar pela angústia da espera pelo DNA. E quem matou? Não vamos ter como saber. É uma tortura mental que se arrasta há 38 anos”, disse Ivo.

INVESTIGAÇÃO

Desde o desaparecimento, em 1985, o pai do escoteiro contratou investigadores, fez contatos na polícia, reconhecimento de pessoas que tentaram passar pelo menino e viagens pelo Brasil para apurar informações de diferentes estados onde Marco Aurélio teria sido visto.

“Viajei muito pelo Brasil atrás de pessoas parecidas com Marco Aurélio. Já passamos dias inteiros olhando em praças de várias cidades. A fisionomia dele não é diferenciada e a imagem dele se confunde com diversas outras pessoas”, afirmou o pai.

“Quando se tem uma divulgação muito grande, a pessoa grava a imagem na mente e, às vezes, ela vê alguém e acha parecido. Uma mulher nos ligou e disse que havia visto um homem no Metrô de São Paulo parecido com o Marco Aurélio. A gente fica numa situação difícil.”

LEIA MAIS: Marco Aurélio: após coletar amostras nos Marins, polícia faz novas buscas por escoteiro

Até hoje, segundo Simon, nenhuma pista concreta sobre o que aconteceu com Marco Aurélio foi encontrada, nem que esteja vivo ou morto.

“É um assunto instigante e que mexe com as pessoas. É um mistério terrível. Não tem um fio de cabelo, uma pista a seguir”, disse o pai.

Ivo admite sentir um misto de melancolia e esperança a cada novo passo da investigação. Ao mesmo tempo em que deseja encerrar de uma vez as buscas, encontrando vestígios do corpo do filho, ele sabe que o mistério se arrasta há tanto tempo para terminar em definitivo.

“Sempre vai haver perguntas não respondidas neste caso. Os porquês parecem ser eternos. Temos que ir nos conformando em nunca saber exatamente o que aconteceu com Marco Aurélio naquela montanha. Não é fácil viver isso por 38 anos”, disse Ivo.

Comentários

Comentários