Cabernet Franc: aromas e potencial de guarda
Marcelle Justo
Jornalista e sommelière | Especialista em vinhos
Casta muito usada nos vinhos de Bordeaux, a tinta Cabernet Franc também brilha na Serra da Mantiqueira. Parente das famosas Cabernet Sauvignon e Merlot, produz boas garrafas para consumo imediato, mas é muito propícia para vinhos de guarda. Sua combinação de taninos intensos e acidez elevada traz condições favoráveis ao envelhecimento de até 15 anos.
Com provável origem nos País Basco, na Espanha, hoje em dia tem sua máxima expressão em Bordeaux, entre Saint-Émilion e Pomerol. É também difundida na Itália, nos Estados Unidos, no Chile e na África do Sul. No Brasil, se adaptou bem em solo gaúcho e, mais recentemente, na Região Sudeste.
Entre seus aromas predominantes, estão as frutas (ameixa e morango), o pimentão assado e o mineral, como cascalho úmido. A vinícola Espaço Essenza, em Santo Antônio do Pinhal (SP), aponta no seu varietal aromas de pinha, proveniente da araucária, a árvore típica da região. No paladar, o vinho é “jovem e frutado. Taninos elegantes e um final longo, proporcionando maciez e frescor ao paladar”, define a vinícola.
Na Villa Santa Maria, em São Bento do Sapucaí, divisa entre São Paulo e Minas Gerais, a Cabernet Franc faz par com a Syrah no Assemblage Brandina. Ficam em destaque as frutas negras, como amora, mirtilo e ameixa, e deixam um leve mentolado no final da boca, muito característico nos vinhos de corte bordalês.
HARMONIZAÇÃO
As carnes bovinas de longo cozimento, como costela e acém, com molhos densos de seus próprios sucos, são as ideais para harmonizar com vinhos da uva Cabernet Franc. Na panela ou na parrilha, o casamento dá certo!
SOL E CALOR
A tão repetida amplitude térmica (dias quentes e noites frias) necessária para as uvas amadurecem à perfeição traz temperaturas entre 30 e 40 graus à tarde nos vinhedos. Faz muito mais calor do que na praia. O ideal é fazer as visitas às vinícolas com
roupas leves.