A menina de 2 anos que comeu um pedaço de bolo envenenado em São José dos Campos completou, nesta quarta-feira (13), mais de uma semana internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Municipal, maior período longe da família, segundo o pai da criança, o ajudante geral Lucas Vieira Silva, 30 anos.
Ele disse que o período distante da filha, e o da menina longe da mãe e dos irmãos, é o maior dos dois anos da vida dela.
“Fiquei sem dormir direito esses dias, mas graças a Deus está dando tudo certo. Fiquei na UTI com ela e via aquela menina pequena, cheia de tubos na boca. Isso doeu muito, mas está dando tudo certo e ela deve estar em casa logo”, afirmou o pai.
A filha de Silva e o irmão dela, de 6 anos, foram internados em estado grave, na quarta-feira da semana passada, depois de comerem um pedaço de bolo de chocolate, que pode ter sido contaminado com chumbinho, um veneno para matar ratos. A avó e um tio das crianças também passaram mal.
O pai da menina admitiu que chegou a pensar que a filha não iria sobreviver aos efeitos do veneno.
“Pensei que minha filha não fosse passar de terça-feira”, disse ele a OVALE, em um rasgo de sinceridade.
Segundo ele, o momento mais tenso foi entre a noite da terça-feira (5) e a madrugada de quarta (6), quando a menina e o irmão passaram mal e foram socorridos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Campo dos Alemães, na região sul de São José.
O quadro de saúde dos irmãos era tão grave que eles precisaram ser transferidos para o Hospital Municipal, em estado grave.
A menina, segundo pai, teve ao menos três paradas cardíacas em consequência da ação do veneno em seu organismo. Na primeira delas, ainda na UPA, Silva achou que fosse perder a filha.
“Quando teve a parada cardíaca, o médico disse que era caso grave, de intoxicação alimentar. Para mim, quando soube da parada, achei que ela fosse morrer. Até liguei para a mãe dela e disse isso. Graças a Deus deu tudo certo”, disse Silva.
Nesse momento, em que o menino teve alta na última segunda e a filha possa sair do hospital nos próximos dias, o ajudante geral disse que só tem a agradecer.
“Agradeço de todo o coração a todos que apoiaram a gente em oração, que vieram com palavras amigas, de conforto. A gente só tem a agradecer os apoios que vieram para a família. Agradeço ainda toda a equipe médica e os psicólogos do Hospital Municipal, que deram amparo para as crianças”, afirmou Silva.