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De 2020 a 2023, mais de 70% dos pacientes internados no HMUT eram de Taubaté

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMT
Entrada do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté)
Entrada do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté)

Até o mês de julho de 2023, quando o HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté) passou a atender de forma parcial devido a atrasos nos repasses por parte da Prefeitura, mais de 70% dos pacientes internados na unidade eram de Taubaté.

Esse ano, o percentual foi de 70% em maio, 74% em junho e 76% em julho. Nos anos anteriores, o índice foi de 76% em 2020 e 2021, e de 73% em 2022.

De 2020 a 2022, os taubateanos também representaram mais de 90% dos atendidos no PSI (Pronto Socorro Infantil) do hospital e mais de 80% no PSGO (Pronto Socorro de Ginecologia e Obstetrícia). O menor índice foi observado nas consultas, em que o percentual variou de 48% a 53%.

REQUERIMENTO.
Esses números foram informados pela Prefeitura à Câmara, em resposta a requerimentos de vereadores da base aliada ao governo José Saud (MDB). Em julho, quando o prefeito passou a defender que o estado reassuma a gestão do HMUT, parlamentares governistas começaram a divulgar uma informação - desmentida agora por dados oficiais - de que apenas 40% dos pacientes eram de Taubaté.

Os vereadores também alegavam que a Prefeitura era responsável por mais de 60% do custeio do HMUT, o que também nunca foi realidade. Quando o contrato com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) foi firmado, em 2019, dos R$ 6,5 milhões mensais, o município pagava 43% (R$ 2,8 mi), o estado 30% (R$ 2 mi) e o governo federal 26% (R$ 1,7 mi).

Atualmente, dos R$ 9 milhões, são 58% municipais (R$ 5,2 mi), 22% estaduais (R$ 2 mi) e 19% federais (R$ 1,7 mi). A Prefeitura negocia para que a divisão fique em 30,8% para o município (R$ 2,79 mi), 38,5% para estado (R$ 3,5 mi) e 30,6% federais (R$ 2,78 mi).

MUNICIPALIZAÇÃO.
O hospital, que era gerido pela Unitau (Universidade de Taubaté), passou a ser administrado pelo governo estadual em 2013. Em 2019, o então prefeito Ortiz Junior (PSDB) decidiu retomar a gestão municipal, sob a alegação de que isso ampliaria o número de vagas de internação para taubateanos.

Em março de 2023, o governo Saud chegou a alegar que a municipalização havia sido positiva, justamente pelo "aumento significativo do número de taubateanos" internados, o que "não era possível de existir enquanto gestão estadual".

Apenas em julho, em meio às dívidas com a SPDM, a gestão emedebista passou a defender a estadualização do HMUT.

REPERCUSSÃO.
Embora tenha defendido a municipalização em março desse ano, agora o governo Saud alega que a medida, tomada por Ortiz, foi "política", que "não levou em conta a capacidade de equilíbrio econômico-financeiro" e que "a prometida ocupação de leitos por taubateanos, alegada à época, não aconteceu".

O governo Saud argumentou ainda que "há outras alternativas para gerar leitos para a população de Taubaté" e que "isso será feito com os recursos municipais economizados com a estadualização do HMUT" – mas não deu nenhum detalhe do que poderia ser feito.

Procurado na última semana, o governo estadual não informou se existe alguma possibilidade de estadualização da gestão do HMUT. Em julho, o vice-governador, Felicio Ramuth (PSD), descartou a medida.

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