EDITORIAL

Ex-presidentes unidos

Ídolo e fã, Trump e Bolsonaro enfrentam acusações gravíssimas e parecem caminhar para o mesmo destino

26/08/2023 | Tempo de leitura: 2 min
EDITORIAL

Acontece nos EUA [Estados Unidos], acontece no Brasil.

Quando postou essa frase nas redes sociais em maio de 2020, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, terceiro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, com certeza não imaginava que o mundo daria tantas voltas. Na época, o pai dele comandava o Brasil. E o ídolo da família, Donald Trump, presidia os EUA.

Mas a postagem se tornou profética. Desde então, os destinos de Trump (e dos Estados Unidos) e de Bolsonaro (e do Brasil) parecem entrelaçados.

Em janeiro de 2021, após Trump perder a eleição para Joe Biden e fazer acusações falsas contra o sistema eleitoral norte-americano, apoiadores dele invadiram o Capitólio, centro legislativo do país. Em janeiro de 2023, depois que Bolsonaro perdeu a disputa para Lula e também fez acusações mentirosas contra o sistema eleitoral brasileiro, apoiadores do ex-presidente atacaram as sedes dos três poderes, em Brasília.

Não parou por aí. Os dois ex-presidentes de direita continuam a seguir caminhos parecidos. Nos Estados Unidos, Trump é alvo de quatro acusações criminais. Em uma delas, teria guardado documentos secretos do Departamento de Defesa sem que tivesse autorização para isso. Em outras duas, é acusado de tentar reverter ilegalmente os resultados das eleições presidenciais de 2020, vencidas por Biden. Em um desses processos, no estado da Geórgia, Trump teve que se entregar em uma prisão na última quinta-feira. Só não ficou detido porque aceitou pagar a fiança de R$ 1 milhão.

Bolsonaro responde a mais de 30 processos. Já foi declarado inelegível até 2030. Mas o temor no entorno do ex-presidente está na esfera criminal, em acusações como o esquema de desvio e venda no exterior de presentes de luxo, a contratação de um hacker para tentar fraudar o sistema eleitoral, a tentativa de impedir eleitores de votar no segundo turno de 2022, além do desenrolar das investigações sobre o 8 de janeiro.

Felizmente, pelo desenrolar dos acontecimentos, tanto nos EUA quanto no Brasil ex-presidentes estão sendo responsabilizados por desmandos ocorridos em seus governos.

Ninguém está acima da lei. Que fique a lição para os atuais e para os futuros presidentes dos dois países.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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