ATOS GOLPISTAS

Atos golpistas: empresário e cabeleireira do Vale são soltos após decisão de Moraes

Por Gabriel Campoy | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dois moradores do Vale do Paraíba foram beneficiados pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal Federal), que revogou a prisão de 162 réus acusados de participação nos atos golpistas e de vandalismo na capital federal no dia 8 de janeiro.

Alethea Veruska Soares, de 48 anos, cabeleleira moradora de São José dos Campos, e Fabrício de Moura Gomes, empresário de Jacareí, mas residente em Ilhabela, poderão retornar para suas casas, mas deverão cumprir uma série de medidas cautelares.

Na decisão, Moraes determinou que os réus sejam liberados mediante o uso de tornozeleira eletrônica. Eles ainda precisarão estar em casa nos período noturno e aos finais de semana, além da proibição do uso de redes sociais.

É proibido ainda que os envolvidos tenham contato com outros réus pelos atos golpistas. Documentos relacionados ao porte de arma também foram suspensos pela decisaõ do magistrado. Ao todo, 162 pessoas, entre homens e mulheres, presos em Brasília, foram colocados em liberdade pela decisão. 128 envolvidos nas depredações aos prédios do Três Poderes ainda permanecem presos.

QUEM É QUEM

Alethea Veruska Soares possui registro como MEI (Micro Empreendedora Individual), sob o nome fantasia de 'Veruska Hair', que tem um endereço em Jacareí. De acordo com o registro de seu CNPJ, ela oferece serviços de cabeleireira.

No entanto, pelo Instagram, Alethea usa o nome de ‘Alethea Bolsonaro’, postava diversos conteúdos em apoio ao ex-presidente, bem como críticas ao atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeos, ela aparece acampada em frente ao DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) desde o primeiro dia da movimentação, horas após o resultado do pleito presidencial. Em sua conta, ela registrou até mesmo transmissões ao vivo reportando a rotina do grupo.

Um de seus conteúdos, inclusive, é marcado como falso pela própria plataforma. O post mente ao atribuir ao ex-deputado Jean Wyllis a fala de que a "bíblia deveria ser banida em todo o Brasil". A página da bolsonarista na rede também tem postagens com questionamentos às urnas eletrônicas e à atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No dia 9 de dezembro, Alethea registrou sua presença em um ônibus a caminho da capital federal, acompanhada de outros manifestantes. Dias depois, ela postou vídeos e fotos diretamente de um dos acampamentos golpistas de Brasília.

Sua última postagem foi feita no dia 7 de janeiro, justamente um dia antes dos atos terroristas. Dias antes, ainda ativa nas redes sociais, ela postou chamamentos para a ação no Planalto, afirmando que “dessa vez os manifestantes não deveriam levar idosos ou crianças”, indicando um agir com mais firmeza. "Vamos à luta de verdade", escreveu.

Alethea com Jair Bolsonaro em visita do então presidente da República a São José dos Campos; cabeleleira era apoiadora fervorosa do ex-capitão

Já Fabrício de Moura Gomes, morador de Ilhabela, é nascido em Jacareí. Ele atuou como empresário durante alguns anos em São José dos Campos, como sócio de um frequentado bar chamado ‘Dunluce Irish Pub’.

No Litoral Norte, Fabrício tinha um restaurante de comida japonesa. Com a prisão, o estabelecimento teria suspendido as atividades. Em depoimento à PF, ele afirmou que antes de ir à capital federal participava de uma manifestação em frente à sede da Marinha em São Sebastião, e que junto com amigos fretou um ônibus para ir até Brasília.

Além disso, após ser questionado pelas autoridades do Distrito Federal, Fabrício alegou não saber que entrar no Congresso Nacional sem autorização é proibido. “Não sabia que não podia entrar lá”.

Empresário de Jacareí era sócio do Dunluce Irish Pub, casa noturna famosa de São José dos Campos, fechada durante a pandemia

Comentários

1 Comentários

  • José Correia 10/08/2023
    Espero que tenham aprendido a lição