Alteração no teto de repasses federais para a categoria MAC (Média e Alta Complexidade) pode injetar R$ 16 milhões por ano no HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté), que enfrenta crise financeira. Com dívidas milionárias, o hospital opera de forma parcial desde 11 de julho.
A solução emergencial foi tratada em reunião na manhã deste domingo (6), na sede da Prefeitura de Taubaté, entre o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o prefeito da cidade, José Saud (MDB), e a reitora da Unitau (Universidade de Taubaté), Nara Fortes.
Também participaram do encontro secretários municipais, a direção do HMUT, pró-reitores da Unitau e representantes de estudantes de Medicina da universidade.
Segundo Alckmin, que se formou em Medicina em Taubaté, a primeira medida será pedir o aumento do teto MAC ao Ministério da Saúde. Para tanto, a Prefeitura de Taubaté deverá encaminhar a documentação ao ministério, por meio do governo estadual.
“Vamos ajudar, porque o hospital é importante para a região e para a formação de médicos. O Estado com certeza também vai ajudar e também a prefeitura, somando os esforços. A primeira tarefa é corrigir o teto MAC, que é um recurso permanente para ajudar no custeio do hospital”, disse Alckmin.
“É um dinheiro necessário e importante. O Estado já tem um grande hospital aqui na cidade [Hospital Regional]. Se puder assumir [o HMUT], ótimo. O importante é resolver o problema imediato. O governo vai repassar o recurso e o hospital terá o dinheiro, mas precisa chegar o processo ao Ministério da Saúde.”
VEJA VÍDEO de Geraldo Alckmin sobre a crise no HMUT e a visita a Taubaté
RECURSO EXTRA
Alckmin disse ainda que outros recursos poderão ser buscados junto ao governo federal para o HMUT.
"Vamos verificar mais algum recurso para investimento, como em equipamentos, para a estrutura do prédio, que é antigo. Vamos ajudar. O primeiro passo é corrigir o teto, mas pode ter algum recurso extra também. Vamos, sim, ajudar o hospital universitário. O pleito é por R$ 16 milhões por ano e vamos verificar."
Segundo Saud, além do teto MAC, que deve trazer cerca de R$ 1 milhão por mês ao hospital, a unidade precisa de mais R$ 3 milhões mensais para garantir a operação.
O prefeito de Taubaté disse que foi um erro da administração municipalizar o hospital em 2019 e que a negociação para o Estado reassumir a unidade vai continuar.
"Erraram quando deixaram para o município cuidar, pois o hospital atende a região e não apenas aos taubateanos. Agradeço a visita do vice-presidente e que fique certo uma coisa, precisamos de apoio financeiro e político para que o Estado assuma todos os custos para que mais tarde tenhamos condições de ter um hospital que atenda apenas aos taubateanos. Somos uma segunda unidade do Regional e o Estado precisa entender e colaborar", disse Saud.
ENTENDA O CASO
O hospital foi administrado de 1982 a 2013 pela Unitau, que é uma autarquia municipal. Em março de 2013, com dívidas milionárias e problemas estruturais, a unidade teve a gestão transferida para o governo estadual.
Em 2019, o então prefeito de Taubaté Ortiz Junior (PSDB) retomou a gestão do hospital, que foi terceirizada à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).
Em março de 2019, quando o contrato com a SPDM foi firmado, o custo mensal do hospital era de R$ 6,5 milhões, sendo R$ 2 milhões do governo estadual, R$ 1,7 milhão do governo federal e R$ 2,8 milhões do município. O custo mensal já está em R$ 9 milhões, mas não houve reajuste no aporte estadual e federal.