LUTO

Seis meses após corpo de Léo ser encontrado, melhor amiga desabafa: ‘Ainda dói’

Por Gabriel Campoy | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Créditos: Reprodução/Instagram
Isabella da Silva Alves e Leonardo do Prado Moreno, melhores amigos em registro de formatura
Isabella da Silva Alves e Leonardo do Prado Moreno, melhores amigos em registro de formatura

Completaram-se nesta sexta-feira (21) seis meses que uma das maiores angústias coletivas já passadas pelo Vale do Paraíba teve fim. O desfecho, no entanto, não foi feliz. Era sábado, dia 21 de janeiro, quando o corpo de Leonardo do Prado Moreno foi encontrado em uma área de mata no Parque da Cidade, zona norte de São José dos Campos.

Para Isabella da Silva Alves, melhor amiga de Léo e uma das principais articuladoras do movimento, que acabou se tornando nacional, de procura pelo jovem, o período de luto serviu para, segundo ela, “buscar entender tudo que aconteceu”. No entanto, ela afirma que “ainda dói”.

“É muito difícil perder alguém tão importante de uma hora pra outra, ainda mais dessa forma. Nesses últimos meses pensei muito em tudo o que aconteceu e na forma como aconteceu (...). Claro que ainda dói, a saudade só aumenta, mas tenho sorte em ter pessoas especiais comigo nesse momento me dando apoio”, disse a jovem em conversa exclusiva com a reportagem de OVALE.

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Leonardo sumiu no dia 23 de dezembro de 2022, sem deixar pistas de seu paradeiro. Daquele dia em diante, através das redes sociais, Isa, como é conhecida, movimentou muitas pessoas em busca de informações sobre o paradeiro do amigo. Ela ressalta, no entanto, um incômodo com ‘desconhecidos’ que questionavam suas ações nas buscas e com quem tentava achar um culpado pela situação.

“Em casos de suicídio as pessoas sempre tentam achar um culpado, ou alguma situação que fez ele ter essa reação. Como o caso do Léo se tornou público eu vi muitas pessoas nas redes sociais discutindo os motivos e tentando achar o porquê (...) posso colocar também alguns comentários que recebi nas minhas postagens sobre ele, muitas pessoas, a maioria desconhecida, o tempo todo a minha ação nas buscas e eu me esforcei o máximo pra não deixar isso me afetar antes e depois de encontrar ele. Mesmo assim, não guardo rancor”, completou.

A jovem ainda relatou que manteve contato com a família de Léo durante os últimos meses. Isabella afirmou que os pais do jovem, juntamente de seus amigos, foram as pessoas que mais lhe deram força para superar a situação enfrentada.

“Sim [sobre o contato com os parentes de Léo], após o enterro eles continuaram me dando apoio e mandando mensagens. Além disso, o que me conforta são as lembranças do que vivemos, tenho certeza que nós aproveitamos cada minuto que tivemos juntos”, conclui a jovem.

RELEMBRE O CASO.

O desaparecimento do rapaz aconteceu no dia 23 de dezembro de 2022 (sexta-feira), nas vésperas do natal. O joseense, que estudava Publicidade e Propaganda em Belo Horizonte, tinha aproveitado o período de final de ano para visitar os pais.

No dia do sumiço, Leonardo enviou um áudio à mãe em tom de despedida após sair de casa afirmando que almoçaria com uma amiga. O jovem sofria de depressão e havia descoberto uma traição do ex-namorado na noite anterior. A procura movimentou amigos e familiares durante quase um mês. O caso chegou a ficar conhecido em todo o Brasil através das redes sociais.

Dias depois a polícia teve acesso a filmagens que mostravam o jovem entrando no Parque da Cidade no dia de seu desaparecimento. Foi então no dia 21 de janeiro que o corpo de Léo seria encontrado, sem marcas de violência e com as roupas e pertences do jovem ao lado, em uma área de mata do parque. Posteriormente, a família viria a confirmar a identidade do estudante.

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Combate ao Suicídio: O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.

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