LEILA PAES

Escolas de férias, pais mais ocupados que nunca

Por Leila Paes | Pastora e psicóloga
| Tempo de leitura: 2 min

Mês de julho, férias para as nossas crianças, e muita atividade para os pais, não é assim? Nossos eternos perguntadores “#oqueagentevaifazeragora??” nos mantém mais ocupados do que nunca, e também preocupados, porque essa pergunta é do tipo “saco sem fundo”. Se tornando difícil demais conseguir deixar os nossos pequenos satisfeitos.

Aproveito essa constatação para um desafio aos pais. Temos a oportunidade de ajudar nossos filhos a se tornarem apreciadores também, entre tantas coisas boas, de momentos de brincar sozinho, de momentos de tédio criativo, de respiros sem tela. Penso que essas capacidades precisam ser valorizadas.

Quando uma criança aprende a brincar sozinha, ela está abrindo espaço para autonomia. Coisa boa é a criança não ficar o tempo todo dependendo de alguém para suas atividades. Brincar é coisa séria, sabemos disso, é uma das maneiras mais válidas de aprendizado nos primeiros anos. Deveríamos incluir o aprendizado de brincar sozinho, de aprender a construir seus momentos com elas mesmas. Isso inclui hábitos como o desenho, o treino para a escrita (lúdica mesmo), o treino para a leitura e exploração baseada na curiosidade (preparo para pesquisa), também descanso e lazer, como jogos para fazer sozinho, palavras cruzadas, ligue os pontos, fazer um castelo de sucata, fazer uma roupa de papel nova para a boneca de papel, ou construir uma estrada na caixa de papelão para os carrinhos... Essas experiências também são válidas e também constroem um aprendizado necessário.

O tédio criativo é um momento importante para um ser humano. Quando o tédio chega, temos várias oportunidades. Como pais, não precisamos eliminá-lo rapidamente, mas podemos incentivar a criança a agir com ele. Quando o tédio chega, o que posso fazer? O tédio pode ser muito criativo. Com a supervisão e o guiar dos pais podem acontecer muitas coisas novas e gostosas (eu disse supervisão, guiar, e não fazer pela criança e nem retirar a oportunidade de ela aprender a fazer sozinha ?).

E que nessas férias nossas crianças vejam menos telas. Vamos buscar muito que elas consigam algum ar livre, caminhadas, ver alguns animaizinhos, fazer uns trabalhos manuais, aprender um hobby, experiências vivas e corriqueiras, até observar formigas vale! A tela tem apagado a conexão com tanta coisa... Vale a pena o sacrifício de limitar o acesso dos nossos pequenos a esses utensílios quase que onipresentes, muito úteis, mas também sufocantes...

As crianças são tão criativas e inventivas! Continue a proporcionar terreno para isso.

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