DEFESA

VÍDEO: pilotos brasileiros concluem treinamento operacional para voar o Gripen

Quatro últimos militares fizeram o Delta Conversion Training na Força Aérea Sueca

Por Da redação | 11/07/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Divulgação

Treinamento de pilotos brasileiros com o caça Gripen, na Suécia
Treinamento de pilotos brasileiros com o caça Gripen, na Suécia

A última turma que compõe o quadro dos pilotos operacionais responsáveis pela implantação do F-39 Gripen no 1º GDA (Grupo de Defesa Aérea), da FAB (Força Aérea Brasileira), concluiu em junho o Delta Conversion Training, um rigoroso treinamento realizado no Gripen Centre, na F 7 Wing em Såtenäs, região oeste da Suécia.


O Gripen foi o caça selecionado pela FAB para modernizar a frota de aeronaves de combate do Brasil. Quatro unidades do modelo já foram entregues, em um contrato que prevê 36 aviões para o país. O contrato entre Saab e FAB foi assinado em 2014, com custo atualizado de R$ 18,9 bilhões.

Em maio deste ano foi inaugurada a linha de produção do Gripen no Brasil, na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP). A parceria com a Saab inclui transferência de tecnologia. A expectativa é que a nova linha de produção na unidade da Embraer monte 15 dos 36 caças encomendados pela FAB.

Ministrado pelo Esquadrão Phoenix da Força Aérea Sueca, o curso de treinamento operacional do Gripen é dividido em duas etapas.

O Conversion Training, com 11 semanas de duração e 50 voos por piloto, compreende a operação básica do caça tanto em missões solo quanto em formação nos períodos diurnos e noturnos.

Já o Combat Readiness Training engloba 25 voos em aproximadamente nove semanas de duração onde são exploradas as capacidades de combate ar-ar do caça com o emprego dos mísseis, do canhão e da utilização da interface-homem máquina, um dos principais destaques do Gripen.

“O Esquadrão Phoenix é vocacionado para o treinamento de pilotos de Gripen e nós somos equipados da maneira adequada para isso, incluindo com simuladores de voo. Os pilotos brasileiros são muito bem treinados e chegam aqui com grande experiência operacional, tanto aqueles oriundos das unidades de F-5M quanto de AMX. Eles aprenderam muito rapidamente sobre o funcionamento do Gripen, como configurá-lo e voá-lo”, disse o major Richard Carlqvist, comandante do Esquadrão Phoenix.

O Gripen Centre funciona como hub para a formação dos pilotos que vão voar o Gripen, tanto das nações estrangeiras quanto da própria Força Aérea Sueca.

Ao longo do curso, os alunos treinam no Gripen C/D, de um e dois assentos respectivamente.

Mesmo sendo versão diferente dos caças adquiridos pelo Brasil, esse contato é fundamental, pois ajuda os pilotos na compreensão da filosofia dos sistemas, do seu modo de operação e de como funcionam os seus comandos de voo, tendo em vista a similaridade em alguns aspectos entre as aeronaves.

“Depois de adaptados ao Gripen C/D, na Suécia, nossos pilotos terão a sua conversão para o Gripen E realizada inteiramente no Brasil com os meios já disponíveis no 1º GDA, principalmente pelas estações de planejamento e dos simuladores de voo. Os cursos são realizados no âmbito do 1º GDA e ministrados pelos pilotos suecos já selecionados para permanecerem na Base Aérea de Anápolis na função de instrutores de voo e que, juntamente com os pilotos brasileiros, iniciaram a conversão e a implantação operacional do vetor”, afirmou o tenente-coronel aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, comandante do 1º GDA.

O Programa Gripen Brasileiro envolve uma grande transferência de tecnologia entre Brasil e Suécia e a interação dos dois países é constante, gerando benefícios para ambos os envolvidos.

“A cooperação entre as forças aéreas da Suécia e do Brasil é muito boa e acontece em vários níveis. Nós recebemos os pilotos de caça brasileiros aqui em Såtenäs, mas nós também temos um grupo de suporte da nossa base que está em Anápolis ajudando a FAB na introdução em serviço do Gripen E. A cooperação e as conversas entre as equipes são muito boas”, disse o coronel Adam Nelson, comandante da F 7 Wing.

O Gripen Centre na F 7 Wing já recebeu 17 pilotos da FAB. Pascotto e o tenente-coronel aviador Ramon Lincoln Santos Fórneas foram os primeiros pilotos da FAB a realizarem o curso o Gripen C/D, ainda como capitães, em 2014.

Na sequência, foi a vez de três pilotos de testes do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo da FAB, com o tenente-coronel Cristiano de Oliveira, ainda no posto de major, tendo sido o primeiro brasileiro a voar o Gripen E, fechando agora com as três turmas de quatro pilotos operacionais cada.

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