IMPLOSÃO

'Sabiam que seu fim se aproximava', diz engenheiro sobre passageiros do submarino Titan

Segundo o especialista, o submersível teria entrado em queda livre, e os passageiros “caíram e se amontoaram uns sobre os outros”.

09/07/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação

Reprodução/OceanGate/Facebook

O submarino desceu por 900 metros em posição vertical 'como se fosse uma pedra e sem nenhum controle.'
O submarino desceu por 900 metros em posição vertical 'como se fosse uma pedra e sem nenhum controle.'

Cálculos feitos pelo engenheiro e especialista em submarinos José Luis Martín para o Jornal NIUS revelaram que os passageiros do Titan, submarino da OceanGate que implodiu e matou os cinco tripulantes a bordo em 18 de junho, enfrentaram momentos de terror, que duraram entre 48 e 71 segundos, desde a perda de estabilidade até a implosão. Segundo Martín, o submersível teria entrado em queda livre, e os passageiros “caíram e se amontoaram uns sobre os outros”.

Em 22 de junho, partes do submarino Titan foram encontradas a cerca de 500 metros da proa do navio naufragado Titanic - o destino do subaquático. No momento, todas as explorações e operações comerciais estão suspensas, publicou a OceanGate.

Ainda de acordo com o engenheiro, o submarino desceu por 900 metros em posição vertical "como se fosse uma pedra e sem nenhum controle", como num "filme de terror", conta Martín. Somado a isso, o ex-assessor e conselheiro da OceanGate, Rob McCallum, afirmou que os tripulantes entenderam que havia algo errado antes da implosão.

McCallum disse ter recebido relatórios iniciais sobre o Titan, cujos dados mostram que o submarino "perdeu peso" para tentar abortar o mergulho e chegar à superficie. "Ele derrubou os pesos. Então, perdeu as comunicações e o rastreamento, e uma implosão foi ouvida", contou o conselheiro.

Para entender como ocorreu a implosão, Martín levou em consideração o peso do submersível, o empuxo, a massa, a aceleração, a velocidade de queda de um corpo livre e o coeficiente de atrito que a água exerce contra um corpo em queda. Os cálculos estão disponíveis aqui.

"Às 09h45 houve, inevitavelmente, uma falha elétrica que deixou o submersível sem propulsão. E quando faltou essa propulsão, o peso dos passageiros e do piloto (cerca de 400 quilos) desequilibrou a estabilidade longitudinal”, explica o engenheiro. Martín conta que o Titan implodiu entre 2.500 e 2.700 metros.

“O Titã muda de posição e cai como uma flecha na vertical, porque os 400 quilos de passageiros que estavam na vigia desequilibram o submarino", diz. Somado a isso, o Titan, ao cair nas profundezas em posição vertical, teve o casco submetido a um "súbito aumento de pressão e então houve uma forte compressão".

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