FRAN GALVÃO

‘Karl Lagerfeld: A line of Beauty’ exposição do Costume Institute no MET

Por Fran Galvão | Consultora de imagem e estilo
| Tempo de leitura: 2 min

Acontece desde 5 de maio a exposição dedicada ao estilista Karl Lagerfeld (1933 – 2019) no Costume Institute do Met (Metropolitan Museum of Art) em Manhattan. Vivência imperdível até 16 de julho para quem visitar Nova York.

Como escutei recentemente, não importa o que se pensa sobre Karl Lagerfeld, esta exposição está cheia de surpresas e eu pude conferi-la nesta última semana e me encantar com a retrospectiva apresentada sobre o trabalho do icônico estilista (e também controverso e porque não dizer, com senso de humor perverso e uma língua afiada).  

São 150 peças – quase todas acompanhadas pelos croquis (desenhos) que transmite o seu complexo processo criativo – desde a década de 1950 até sua última coleção em 2019, através de sua passagem por marcas como Balmain, Chloé, Fendi, Chanel e sua marca hormônica, Karl Lagerfeld.

Essa última sinto que pouco conhecida no Brasil (uma pena!), mas que carrega muito do DNA do estilista.  Aliás há quem diga que o próprio estilista não ficou tão conhecido fora do mundo da moda, mas é unanime o impacto profundo no guarda-roupa feminino ao longo de várias décadas. 

Mas voltando a exposição, é impossível não sair fascinado. Ela começa com uma recriação da mesa de Karl e segue pelas galerias expondo peças organizadas por temas estéticos entre complexas dualidades, como o masculino e o feminino, o romântico e o militar, o rococó e o clássico, o histórico e o futurístico, o ornamental e o estrutural, o canônico e o contracultural, o artesanal e o maquinal, o floral e o geométrico, o figurativo e o abstrato, além dos momentos ímpares que Lagerfeld brincava com os opostos e contrastantes.

Fica claro durante todo o percurso sua abordagem da moda como arte e negócio – um verdadeiro estilista-empresário. Também deixa explicito o uso da moda como expressão através de itens pessoais expostos, e claro, firmar que “apesar do homem Karl, tenha sido objeto de mitologização, a exposição é focada no talento e mais especificamente em sua prática única de esboçar.” Como mencionei no início, o nome do estilista carrega algumas fofocas, como a relação de ódio que tinha com o rival Saint Laurent, ou sobre sua gata Choupette, amada por ele e transformada em celebridade (inclusive fazendo parte de seu testamento) ou ainda frases nada politicamente corretas. 

De qualquer forma o encantamento é garantido a cada peça, a cada detalhe, a todo o talento de um ícone na história da moda. O famoso designer odiava a palavra "retrospectiva", e dizia que seu foco nunca foi suas conquistas e sim olhar para frente, e é inegável que vivenciando essa exposição é possível entender o legado que ele deixou para o futuro.

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