Encontrei no dicionário Michaelis online que deficiência também é definida como “falta de algo que se necessita”. No caso da pessoa com deficiência, temos essa circunstância. Há pessoas com deficiência visual, outras com deficiência intelectual, há aqueles que têm deficiência auditiva e aqueles que têm necessidades especificas.
Normalmente, uma pessoa com deficiência é vista apenas do ponto de vista do que lhe falta. A limitação “vem à frente” e ofusca todas as possibilidades que essa pessoa tem. O que precisamos trazer à evidência, no entanto, é que pessoas com deficiência são, antes de tudo, pessoas. Elas não estão com alguma doença e, principalmente, não são ineficientes. Podemos e precisamos mudar essa maneira de enxergar a pessoa com deficiência e, cada vez mais, providenciar todas as pontes necessárias para que ela também desenvolva seu potencial e seu propósito no mundo, como todas as outras pessoas.
Estamos cheios de preconcepções, na verdade. Colocamos situações e pessoas em patamares já estabelecidos, sendo estes, muitas vezes, não condizentes com possibilidades e alternativas. Além disso, a acomodação tem sido uma inimiga presente. Nos acomodamos ao que se apresenta como mais simples, mais fácil, talvez, e resistimos a buscas e esforços maiores. Nesse caso, perdemos muito no que diz respeito às pessoas com deficiência. Cada uma delas tem algo importante para contribuir e construir no presente mundo, nesta época. Estamos dispostos a receber essa oferta? Estamos abertos a fazer as pontes?
O convite está posto: mudança de posição, de olhar e de postura para com o próximo. A pessoa com deficiência pode e será muito eficiente quando lhe forem proporcionadas as alternativas de crescimento, através dos meios que a façam florescer além do que se apresenta como limitação para a superação. Nesse caso, essa superação é um trabalho para uma comunidade, como um ambiente que recebe o oferecimento dessa vida e cultiva o que ela tem a desabrochar no mundo. O acolhimento e as possibilidades são proporcionados por todos, e não apenas em partes pequenas e fechadas em nichos. Continuemos olhando para as pessoas como valiosas e possibilitando que aquilo que elas oferecem ao mundo apareça. Vamos juntos.