De 2019 a 2022, o município de São José dos Campos ampliou o corte autorizado de árvores ou outras espécies da vegetação nativa para implantação de empreendimentos ou realização de obras e outras atividades. Segundo dados do Painel Verde, sistema criado em abril pela Secretaria de Meio Ambiente do estado, a área de supressão autorizada aumentou de 0,68 para 3,45 hectares nos últimos quatros anos, um aumento de 407%.
Em 4 anos, foram encontradas 167 ações de supressão vegetal em São José, sendo que 40% delas ocorrem em área de preservação permanente da Mata Atlântica ou Cerrado e os outros 60% em área de preservação comum. Mais de 70% das remoções foram para obras de rede de energia elétrica, de gás, parques lineares; cerca de 12% para parcelamento de solo de condomínios residenciais, 6% obras viárias e ainda uma pequena parcela para edificações residenciais ou comerciais, empréstimos ou “bota fora” e regularização ou ampliação de áreas.
Em Campinas, o corte autorizado de vegetação registrou movimento inverso, saindo de 14,67 para 0,57 hectares, entre 2019 e 2022. Do total de 178 supressões do período, 65% ocorreram para parcelamento do solo em condomínios residenciais; 10% para obras de saneamento e o restante se distribui entre obras hidráulicas, pesquisa, acesso ou travessias, ampliação e licenciamento.
A supressão autorizada segue requisitos da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Os dados do sistema são atualizados diariamente.
IRREGULAR.
Já as intervenções irregulares, que representam as áreas com incidência de Autos de Infração lavrados pela Polícia Militar Ambiental, por danos à flora em áreas de preservação permanente, protegidas ou comuns, impactaram 1,94 hectares de São José dos Campos, em 2019. Mas o maior volume do período ocorreu em 2021, quando 32,45 hectares foram afetados por ações ilegais contra a flora. E em 2022, as intervenções caíram para 1,32 hectares.
Em Campinas, o movimento novamente foi na direção contrária. Em 2019, as intervenções ambientais irregulares do município atingiram 3,46 hectares. Em 2020, houve um pico de 185,3 hectares impactados de forma ilegal, e em 2022, esse volume foi de 16,58 hectares, resultado 379% superior ao do início da série. O painel não detalha as ocorrências, mas elas se tratam de práticas de destruição da vegetação nativa, associada ao corte raso ou total, além de desmatamento e outras ações que deterioram a cobertura vegetal de Mata Atlântica ou Cerrado.