SAUDADE

‘Ela não estava no aniversário de 1 ano do irmão e não vai estar em outros momentos'

Mãe da estudante Ana Lívia ainda lamenta o assassinato da filha e se indigna que o caso tenha sido encerrado

Por Xandu Alves | 30/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Arquivo Pessoal

Jéssica Higino em foto com a filha Ana Lívia
Jéssica Higino em foto com a filha Ana Lívia

A saudade da filha Ana Lívia, de 13 anos, morta por um tiro dado por uma colega de 12 anos em setembro de 2022, em Taubaté, continua bem vívida na vida de Jéssica Higino. O que também não some é a indignação da mãe com o encerramento do caso.

A investigação foi concluída com a apreensão da colega de 12 anos, que confessou ter atirado em Ana Lívia, e uma multa de R$ 2.500 para o tio da menina, que era dono da arma usada pela sobrinha para matar a estudante de Taubaté. As duas meninas se consideravam melhores amigas. “O caso já foi encerrado, não aceitaram o pedido do [nosso] advogado, o tio recebeu a multa e ela [colega] eu nem sei como está, se presa ou solta”, disse Jéssica.

A menina de 12 anos que confessou ter matado Ana Lívia está internada numa unidade da Fundação Casa em São Paulo.

Ela foi julgada pela Vara da Infância e Juventude de Taubaté, em audiência no dia 7 de novembro de 2022, e sentenciada a permanecer na Fundação Casa e passar por avaliações psicológicas a cada seis meses.

Tais avaliações são feitas internamente por equipes da Fundação Casa e os resultados são enviados para a Vara da Infância e Juventude de Taubaté, que analisa a situação da menina. Não se sabe quando ela poderá deixar a unidade na capital.

CASO

Jéssica acredita que o caso foi encerrado sem que algumas questões tenham sido respondidas, de como a menina conseguiu a munição usada contra Ana Lívia e de como aprendeu a manusear a arma, sendo que o tiro que matou a estudante foi dado na nuca.

O caso aconteceu no dia 27 de setembro, no bairro Jardim Paulista, em Taubaté, antes de Ana Lívia e a colega de 12 anos irem para a escola.

Pela manhã, Lívia ligou para a mãe perguntando se a amiga podia ir até sua casa para que as duas pudessem ir para a escola juntas, de carona com a mãe de outra colega. Horas depois, a mãe de Ana Lívia encontrou a menina já sem vida, em seu quarto.

De acordo com a polícia, a menina de 12 anos confessou ter atirado contra Ana Lívia com uma arma de fogo que pertence ao seu tio, que trabalha como agente penitenciário.

Lívia foi encontrada com um tiro na nuca, com o corpo caído em cima de uma mesa de cabeceira.

SAUDADE

A quatro meses de completar um ano da morte de Ana Lívia, Jéssica disse que a saudade da filha ainda bate forte, especialmente em momentos especiais da família, como no aniversário de um ano do outro filho dela, no último dia 26.

“Só posso resumir tudo em uma saudade enorme. Ela não estava no aniversário de 1 ano do irmão, e não vai estar em muitos outros momentos importantes da nossa vida. E isso dói na alma, mesmo que a gente continue vivendo, nada é como antes, falta algo, ou melhor, falta alguém”, disse Jéssica.

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3 COMENTÁRIOS

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  • Rafael
    31/05/2023
    A menina atiradora (caso tenha sido ela mesmo) não ser culpável está na lei, não há muito o que fazer. Porém o tio agente ter tamanho desleixo na posse de arma de fogo... se resolve com 2500 reais? Inacreditável a justiça brasileira.
  • Laurence Benatti
    30/05/2023
    Lamentável, porém, esperado. Educação Pau no Freire é isso aí!
  • Rogério
    30/05/2023
    Pagou 2500,00 e segue livre. Absurdo este país, o dono da arma deveria pagar com cadeia, pois não cuida nem da arma. Herança maldita do coisa e as armas.