A Câmara de Vereadores de Campinas é considerada ‘ruim’ e ’péssima’ por 32,32% dos eleitores da cidade, como mostra levantamento OVALE/Sampi/Ágili Pesquisas. Do total de entrevistados, 12,37% avaliaram o trabalho dos vereadores como ‘ruim’ e 19,95% como ‘péssimo’.
Classificaram a qualidade da Câmara como ‘regular’ uma parcela de 35,81% dos pesquisados. A avaliação de ‘ótima’ recebeu 1,64% das respostas e ‘boa’ ficou com 11,10%, totalizando 12,74% nos dois melhores quesitos. Não sabe ou não responderam foram 19,13% dos entrevistados.
O instituto Ágili Pesquisas ouviu 750 eleitores entre 29 de abril e 3 de maio, em Campinas. A margem de erro da pesquisa é de 3,7 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
DIVISÃO DOS DADOS
A qualidade da Câmara de Campinas foi mais mal avaliada pelos homens, com 24,69% de ‘péssima’ contra 15,62% das mulheres, que lideram em ‘ruim’, com 13,16% ante 11,5% dos homens.
As eleitoras de Campinas superaram os eleitores na classificação de ‘regular’, com 39,62% contra 31,64%, mas perderam nos dois quesitos mais positivos: 11,85% de ‘boa’ e 2,17% de ‘ótima’ para os homens ante 10,41% e 1,15% entre as mulheres.
Por idade, os eleitores de 45 a 59 anos foram os mais críticos, com 23,12% de ‘péssima’ para a avaliação dos vereadores. Os de 35 a 44 anos lideram em ‘ruim’ (14,61%), os de 16 a 24 anos em ‘regular’ (52,55%) e ‘boa’ (12,81%) e os de 25 a 34 anos foram a maioria em ‘ótima’ (3,2%).
A avaliação segundo a escolaridade dos entrevistados aponta 20,69% de ‘péssima’ para os de nível superior, 13,05% de ‘ruim’ para os do ensino médio, 36,8% de ‘regular’ e 11,94% de ‘boa’ aos do superior e 3,71% de ‘ótima’ aos que concluíram o fundamental.
A pesquisa foi contratada por OVALE, um dos mais tradicionais veículo de comunicação de São Paulo, com atuação na RMVale e Campinas.
O jornal tem o apoio do portal Sampi Campinas na divulgação dos resultados.
OUTRO LADO
O presidente da Câmara de Campinas, Luis Rossini (PV), que assumiu o cargo em janeiro deste ano, disse que há um esforço da Mesa Diretora e dos vereadores de melhorar a imagem do Legislativo, com mais transparência, melhorando os mecanismos de controle e qualificando o debate.
“Acho importante conhecer e ter esses parâmetros porque estamos com ações desde janeiro no sentido de resgatar a imagem da Câmara e fortalecer o Poder Legislativo na sociedade”, afirmou.
Entre os primeiros resultados das ações, segundo Rossini, estão uma economia de 30% no primeiro trimestre nos processos de licitação e a criação de meios de informar a população das atividades e votações da Câmara usando a tecnologia, em aplicativos de mensagens no celular.
“Estamos num esforço de dar mais transparência para tudo o que acontece na Câmara. Na hora que a sociedade perceber tudo o que acontece na Câmara, de forma aberta, transparente e verdadeira, sem nenhum tipo de manipulação, vai começar ter compreensão melhor das atividades do legislativo”, disse Rossini.
INVESTIGAÇÃO
A Câmara de Campinas rejeitou no começo de maio a abertura de Comissão Processante que poderia cassar o mandato do vereador Zé Carlos (PSB), ex-presidente do Legislativo.
Em setembro de 2022, ele afastou-se da presidência após denúncias de suposto esquema de propina.
Segundo o atual presidente da Câmara de Campinas, Luis Rossini (PV), os vereadores aguardam agora a conclusão das investigações do Ministério Público sobre o caso.
“Estamos na expectativa do desfecho por parte do MP”, disse. Para Rossini, o caso impactou na imagem da Câmara. “A percepção é que esse episódio trouxe desgaste para a Câmara”.