ILUMINAÇÃO

Com 7 meses de 'apagão' em Taubaté, projeto que suspende taxa de luz avança na Câmara

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/PMT
Serviço terceirizado de manutenção foi encerrado no fim de setembro de 2022
Serviço terceirizado de manutenção foi encerrado no fim de setembro de 2022

Enquanto Taubaté já está há mais de sete meses sem o serviço regular de manutenção da iluminação pública, que era executado por uma empresa terceirizada, tem avançado na Câmara o projeto da oposição que visa suspender temporariamente a cobrança da taxa de luz. Aplicada desde 2015, a CIP (Contribuição de Iluminação Pública) foi criada com a justificativa de custear justamente a manutenção da iluminação, que naquele ano passou a ser de responsabilidade dos municípios em todo o país.

Apresentado no fim de fevereiro pelo vereador Diego Fonseca (PSDB), o projeto que visa suspender a taxa de luz foi, inicialmente, alvo da blindagem da base aliada ao prefeito José Saud (MDB). Pela Comissão de Justiça e Redação, os dois primeiros vereadores a votar – os governistas Dentinho (União) e Marcelo Macedo (MDB) – se manifestaram em março contra a proposta, o que já seria suficiente para formar maioria e para barrar o projeto – pelo Regimento Interno, os textos que recebem parecer contrário dessa comissão são arquivados.

Quarenta dias depois, Macedo alterou seu voto e o projeto foi aprovado pela comissão. Na Comissão de Finanças e Orçamento, o texto recebeu parecer favorável de forma unânime – incluindo um voto governista. Agora, precisa apenas passar pela Comissão de Obras, Serviços Públicos, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente antes de ser votado em plenário.

APAGÃO.
O serviço de manutenção era executado desde setembro de 2016 pelo consórcio formado pelas empresas Ilumitech e Start. O custo anual era de R$ 3,1 milhões. O consórcio atuava diariamente com cinco equipes, sendo duas no período diurno e três no período noturno. Mas o contrato acabou no dia 30 de setembro de 2022, já que não havia mais possibilidade legal de prorrogá-lo.

Embora o fim do contrato já fosse esperado, apenas em fevereiro desse ano a Prefeitura abriu nova licitação para o serviço. O novo contrato poderia custar R$ 7,6 milhões por ano, mas no fim de março o TCE (Tribunal de Contas do Estado) determinou a suspensão do certame, devido a cláusulas irregulares no edital.

Enquanto isso, a manutenção da iluminação é feita pelo próprio município, mas de forma precária – o número de equipes até passou de uma para quatro recentemente, mas o número de luminárias apagadas ainda somava 1.472 até a última semana (quase 4% do total de pontos de iluminação do município).

REPERCUSSÃO.
Questionado sobre o avanço na tramitação do projeto, o governo Saud alegou que “respeita a autonomia do Legislativo”. Antes, em março, a gestão emedebista afirmou à Câmara ser contra a suspensão da CIP, já que a receita de R$ 17 milhões por ano seria usada também para outros fins, como o consumo de energia elétrica do município e o pagamento de financiamentos para a implantação de lâmpadas de LED na cidade. A Prefeitura informou ainda que o novo edital para terceirização da manutenção será publicado até o fim de maio, mas não deu uma previsão de quando a nova empresa iniciará as atividades.

Comentários

1 Comentários

  • Sodinei Alves de campos 13/05/2023
    Isso que dá entregar a cidade nas mãos de amadores. São 4 anos de atraso.