MÚSICA

Rita Lee: o legado da rainha do rock

Por Marcos Eduardo Carvalho | 13/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

O rock brasileiro ficou mais triste nesta última semana, com a morte da cantoria Rita Lee, de 75 anos. A artista, que travava uma batalha contra o câncer no pulmão desde 2021,  morreu em casa, ao lado dos familiares e de forma serena. Aliás, bem diferente do que foi a carreira da artista, com uma vida sempre agitada e cheia de irreverência.

Aliás, Rita Lee era intitulada como ‘ovelha negra’, mas ‘era gente boa’. Nos últimos dez anos, alegando cansaço físicos, a artista parou de fazer shows, mas nunca deixou a música de lado. No entanto, o que ficou mesmo da artista foram os grandes sucessos gravados, muitos deles em parceria com o marido, o produtor musical Roberto de Carvalho, com quem teve três filhos, Beto Lee, João Lee, Antônio Lee.

Durante muitos anos, Rita Lee foi o símbolo da rebeldia e do grito de liberdade dos jovens, principalmente no final dos anos 1970 e início dos anos 1980. Aliás, durante o regime militar, a cantora teve muitas músicas censuradas pelos órgãos do governo. Inclusive, teve um álbum inteiro censurado.

Mas, isso nunca desanimou Rita Lee, que sempre foi autêntica e dizia o que pensava. Por outro lado, também sempre sofreu com o alcoolismo e com o consumo de drogas, algo que sempre prejudicou até mesmo a saúde da artista.

Apenas em 2006, após o nascimento do primeiro neto, Rita Lee finalmente teria conseguido se livrar das drogas. E, neste aspecto, certamente a artista jamais foi um bom exemplo a ser seguido.

MÚSICAS MEMORÁVEIS.

Contudo, o que fica agora é a memória das músicas que sempre fizeram muito sucesso, como ‘Lança-Perfume’, ‘Ovelha Negra’, ‘Mania de Você’, ‘Chega Mais’ e ‘Doce Vampiro’, entre outros grandes clássicos.

Inclusive, essas músicas sempre fizeram sucesso, mesmo anos depois do lançamento, e atravessaram gerações. Até por conta disso, Rita Lee jamais será esquecida. E, desta maneira, sempre terá uma lembrança das mais memoráveis.

E tudo começou, na carreira profissional, ainda na década de 1960, quando fez parte o memorável grupo ‘Os Mutantes’. Depois, na fase final dos anos 1970, Rita Lee seguiu a carreira solo, quando fez ainda mais sucesso.

Com isso, ela foi ganhando o apelido de ‘rainha do rock’, embora a própria cantora não gostasse desse rótulo. Para a irreverente Rita Lee, ela se dizia ‘padroeira da liberdade’ e considerava o outro título como algo ‘cafona’. Enfim, coisas de um grande mito da música brasileira, que deixou uma legião de fãs por diversas gerações e, certamente, deixará suas músicas como um grande legado para o futuro.

Ela chegou a ser presa durante um show, em 2012, por desacato aos policiais, mas sendo liberada em seguida. E o espírito contestador sempre fez parte da artista tão irreverente e diferenciada. Uma mulher que sempre lutou pela causa feminina.

Durante a última semana, a comoção foi grande e a cantora, nascida na cidade de São Paulo, teve um velório aberto ao público no Parque do Ibirapuera. Depois, seria cremada também na capital, em uma cerimônia mais íntima, apenas entre os familiares.

Enfim, Rita Lee descansou, não sofre mais com a doença e deixa apenas a saudade e as boas lembranças de uma vida bem vivida. E com muita música boa para ficar na memória dos fãs.

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