COMPORTAMENTO

Sexo com hora marcada: tendência ou necessidade?

Por Marcos Eduardo Carvalho | 13/05/2023 | Tempo de leitura: 2 min
São José dos Campos

Que tal fazer sexto com hora marcada? Nada daquele sexo casual, sem compromisso, mas com regras e com rigor de horário. Enfim, essa é uma situação que muitos casais hoje estão vivendo e praticando. Isso tanto por vontade própria quanto até mesmo por imposição do tempo. Afinal de contas, com o trabalho e a correria do dia a dia, nem sempre temos tempo para as nossas intimidades.

No entanto, para especialistas em comportamento, não dá para dizer que isso é uma tendência. “Eu não observo isso como tendência, pelo menos não no meu ciclo de pessoas e clientes, mas já ouvi histórias parecidas. Eu acredito que um mínimo de organização é necessária para o sexo, obviamente”, disse o psicólogo Rafael Ribeiro, de São José dos Campos.

Segundo ele, não somos animais que fazem quando a vontade ocorre, naquele minuto. “Mas sinto que marcar como se fosse uma consulta médica, com data e horário, creio que perde muito do que a relação sexual traz”, disse.

Afinal de contas, como ele mesmo lembra, o ato sexual é um momento instintivo, onde essa organização tão precisa é mínima e a única preocupação é em ambos sentirem prazer. “É exploração, toque, beijos, sentir a pele, o suor, o tesão. Na relação sexual o objetivo é o gozo”, ressalta.

Ainda de acordo com o especialista, tentar organizar isso de forma tão metódica faz essa conexão tão instintiva e prazerosa virar mais um protocolo chato da vida banal. “Não vou ser leviano aqui e dizer que para todas as pessoas isso não funciona, obviamente não. Mas ao meu ver, perde-se muito quando fica previsível demais, protocolar demais”, disse.

“Me dá a sensação tão chata quanto ir em uma reunião de condomínio. Se tem casais que optam por isso, imagino que seja por questões temporais e que ficou gravado neles que uma vida sexual é importante para a relação”, afirmou Ribeiro.

Por fim, o psicólogo lembra que essa vida sexual é primordial para a relação, mas mais importante ainda é querer fazer e sentir desejo. “Se não existe desejo e fazer sexo é apenas mais uma obrigação semanal, eu sinto que perde justamente aquilo que o sexo se propõem, o gozo”, finaliza.

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